O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 118 - Escrito em: 1993-05-25 - Publicado em: 1993-06-21


És um micreiro verde?


Quando comecei a mexer com computadores, em 1979, fiquei impressionado com um colega de faculdade que também estava se iniciando naquela época, mas que demonstrava um talento especial para a arte da Lógica e da Matemática, além de ser dotado de inteligência superior. Vivenciei as primeiras fuxicadas em sistemas seguindo os passos deste mancebo chamado Luiz Henrique de Figueiredo. Cada um seguiu seu caminho e só agora em 1993 nos reencontramos na mesma faculdade, pilotando máquinas muito mais poderosas que outrora, mas sempre com a mesma sede de fuçar e investigar. Pude constatar, sem surpresa alguma, que embora ambos tenhamos crescido durante este tempo, o Luiz continua léguas e léguas mais adiantado que a média dos mortais, lidando em seu cotidiano com conceitos e abstrações matemáticas cabeludíssimas, como sempre.

Recentemente o amigo LHF, honorável Interneteiro, me enviou os mandamentos do micreiro ecologicamente consciente, transcritos de uma mensagem de autoria de Don Rittner, do Mug News Service. As estatísicas apresentadas se referem aos EUA, mas podem também ser aplicadas à nossa realidade, salvaguardadas as proporções.

Mais de 75 milhões de norte-americanos possuem ao menos um computador pessoal em casa, número que vem aumentando incessantemente em razão dos preços estarem cada vez mais acessíveis. Muitos também usam computadores em seus locais de trabalho, num total estimado de 40 milhões de PC's baseados em chips da Intel e cerca de 7 milhões de impressoras Laser, implicando num consumo elétrico anual de 18,2 bilhões de kilowatts/hora. Muitos acreditam, com razão, que computadores são engenhocas relativamente não-poluentes. Entretanto a forma como se usa um micro e seus periféricos pode eventualmente ser nociva ao meio-ambiente.

Aqui vão algumas dicas que poderão nos ajudar a fazer do ato de micrar algo ambientalmente inofensivo e econômico:

  1. Um bom hábito é o de desligar (somente) o monitor de video de um computador que não esteja sendo usado num dado momento. Isso se aplica a servidores de redes e outras máquinas que precisem ficar ligadas o tempo todo.
  2. Se seu escritório ainda não tem os micros ligados em rede, já é tempo de pensar em fazer esta ligação. O uso de correio eletrônico para correspondência interna pode economizar uma quantidade considerável de papel. Lá nos EUA, por exemplo, os escritórios utilizaram em 1992 mais de 775 bilhões de páginas de papel, significando 14 milhões de toneladas, equivalendo a 238 milhões de árvores derrubadas.
  3. Não jogue fora revistas velhas de informática. Recicle-as fazendo doações para bibliotecas públicas, grupos de usuários, consultórios médicos, academias, escritórios ou qualquer lugar onde haja uma sala de espera. Pense nisso como "educação das massas".
  4. E aquele disquete de 3,5 polegadas que está bichado e você, irado, joga na lixeira dizendo um monte de desaforos? (aliás, já observou como esses disquetes pequenos dão muito mais defeito do que os velhos floppies de 5.25 polegadas?) Calma. Resgate o disquete do cesto de lixo, cole uma foto ou um desenho nele, cole um pedaço de Contact cristal para proteger a gravura contra umidade e use-o como porta-copos.
  5. Se você usa impressoras matriciais ou laser, aí sim, você poderá economizar bastante e de várias formas. Para começar, procure usar envelopes e etiquetas de papel reciclado. E não se esqueça de usar como papel de provas o verso de folhas que já tenham sido impressas de um dos lados. Isso poderá cortar seus custos com papel pela metade. Outro bom hábito é o de verificar a correção de documentos na tela, pois é muito grande a quantidade de papel desperdiçado em virtude de erros bobocas de datilografia.
  6. Se você usa fitas de tecido em sua impressora matricial, saiba que poderá "re-tintar" uma fita já usada, podendo repetir esta operação até 15 ou 20 vezes, com a certeza de que a impressão sairá mais escura a cada renovação da fita. O limite prático é o da resistência do próprio tecido da fita. Conheço muita gente - eu sou um deles - que tem em casa ou no escritório montes de fitas de impressora usadas, procurando alguém que preste um bom serviço de "re-tintagem".

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