O GLOBO - Informática Etc. -
Carlos Alberto Teixeira
Artigo:
143
- Escrito em:
1993-12-07
-
Publicado em:
1993-12-13
Apagador eletrônico
Muitos BBS's nacionais ecoam áreas de mensagens em inglês provenientes de sistemas estrangeiros. Ler esses boards muitas vezes é cansativo pois o que se vê é muita conversa mole e abobrinha. Entretanto, de vez em quando surge alguma coisa interessante. Foi o caso de um gringo que anunciou ter visitado o Tokyo Business Show no espaçoso Harumi Fairgrounds. Segundo ele, poucos prestaram atenção ao que pode ter sido a mais significativa nova tecnlogia em exibição ali. Mesmo o seu fabricante, a Ricoh, não via a coisa como um item comercial, mas sim uma forma de fazer propaganda de suas preocupações com o meio ambiente. A Ricoh não tinha brochuras, não tinha planos de produzir nem comercializar a unidade e nem tinha idéia de preços. Para surpresa do BBSzeiro, a Ricoh até se esquivou de mandar um press release e, quando perguntada, não tinha muita certeza sobre se queria ou não publicidade sobre o assunto.
A tal unidade, mostrada pela primeira vez no dito show, nem tinha um nome. Era uma caixinha do tamanho de um thermo-fax, através da qual poder-se-ia alimentar uma folha impressa de tamanhos A4, B4 ou A3. Vinte segundos depois a máquina cuspiria a mesma folha completamente em branco. Na verdade não utiliza nenhum papel especial, apenas papel normal de copiadora. O pulo do gato era o toner especial, contendo químicas espertas, que, usado no momento da cópia, permitia à "caixinha" remover totalmente a tinta do papel.
O desenvolvimento deste curioso dispositivo começou realmente no topo da empresa. O presidente da Ricoh, Hiroshi Yamada-san, continuamente vinha promovendo pesquisa pesada sobre produtos que beneficiassem o ambiente. Chegou até a indicar um comitê especial para tomar conta de toda reciclagem na companhia.
O protótipo do apagador de papel usa uma parruda lâmpada de 700 watts para apagar papel a uma velocidade de cinco folhas por minuto. A tinta mágica por enquanto é de cor azul (não percam mais notícias sobre a cor azul ao final deste artigo!) e não desvanece sob luz solar. Cada folha de papel pode ser apagada até seis vezes antes de começar a se deteriorar.
A Ricoh informou nosso BBSzeiro que teria que produzir a unidade em massa para poder baixar o preço para algo da ordem dos US$ 2.000. É o jogo do ôvo e da galinha: se nós não nos interessarmos, eles não baixam o preço. Telefone da Ricoh? Moleza: 0081 Japon, 3 Tokyo e telefone 5411-4705. Fáques? 0081-3-3403-1578. Sabia que número de telefone lá nos antípodas tem 8 algarismos? Não? Nem eu.
PALÍNDROMES: Uma frase que lida de trás para frente não se altera é chamada palíndrome. No ano passado houve uma febre destas frasezinhas engenhosas nos BBS's cariocas. Havia as pequenas, como "A babá baba", e as grandes, tipo "Socorram-me: subí no onibus em Marrocos". Mas a melhor mesmo foi uma preciosidade que nos veio através das poderosas mãos do BBSzeiro Carlos Gonzaga em 01/04/92 no Eureka BBS: "Luza Rocelina, a namorada do Manuel, leu na "Moda da Romana" - ANIL E' COR AZUL."
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