O GLOBO - Informática Etc. -
Carlos Alberto Teixeira
Artigo:
155
- Escrito em:
1994-06-21
-
Publicado em:
1994-03-07
Finalmente um curso
Hoje, você finalmente tomou a decisão. Vai comprar um modem e se jogar de cabeça nessa onde de BBS. Mas você é um micreiro que não entende nada de modems e coisas do tipo - a quem poderá recorrer? Até há poucas semanas, se você não tinha um fiel amigo BBSzeiro que lhe pudesse iniciar nos "mistérios" da telecomputação, só lhe restariam duas saídas: obter a coleção completa do Informática Etc e sair catando os cacos semanais de informações aqui na BBS-Mania, ou comprar o livro do Sérgio Gallo e fazer a festa.
Mas ora, diacho, será que não existe ninguém que profissionalmente se proponha a ensinar esta nobre arte? Existe sim, caro leitor, seus problemas acabaram. A "InHouse" está oferecendo um curso básico de BBS. Numa iniciativa louvável, tomada em conjunto com o CentroIn BBS, esta empresa já formou uma turma de BBzeiros altamente capacitados que, a esta altura, já devem estar metralhando mensagens por todo lado e baixando freneticamente megas e megas de programas das imensas bases de arquivos dos boards cariocas.
Mas veja bem, o curso pressupõe que o participante não seja cru no uso do micro. A proposta é apresentar ao aluno todas as informações que o novato precisa para usar um BBS, introduzindo as ferramentas de hardware e software para uso otimizado deste recurso. O curso não o ensinará a ser um Sysop. Mas um usuário fera, tenho certeza de que você se tornará. Após definir os conceitos básicos de um BBS, ou seja, o que são bases de arquivos e de mensagens, o curso apóia o participante em seus primeiros passos, dando preciosas dicas sobre modems e programas de comunicação. O lado prático da coisa já vai empurrando o neófito para o software Telemate, um dos melhore programas de comunicação que existem. Já tendo passado pela fase das pernas bambas, o aluno é treinado nas técnicas off-line de leitura e resposta de mensagens. Um ponto extremamente positivo é que nem se toca no assunto leitura/resposta online, o que já corta este mau-hábito pela raiz. Aqueles termos e siglas herméticas, protocolos, libraries, uploads, downloads, boletins, conferências, news, compactadores e configurações - você conhecerá tudo.
O discípulo trava conhecimento com os tradicionais pacotes QWK, coleções compactadas de mensagens recebidas do BBS através de download. Mas só conhecer os QWK não adianta. É preciso saber como espremer-lhes o suco. Para isso, o aprendiz é instruído a usar o amigabilíssimo leitor offline OLX. E se o principiante nunca teve o prazer de editar um arquivo ASCII, fique tranqüilo, pois aprenderá a se virar com o editor Qedit, tornando-se apto a responder mensagens com "quote" e tudo. Os usuários mais sofisticados e amantes do Windows decerto sorrirão ao saber que aprenderão a usar o software multimídia UniQWK, um dos leitores offline mais chiques do pedaço. Para saber detalhes do curso, telefone para a InHouse (021) 220-2391 ou faxeie-os em 533-0421.
Se você mora perto do mar, especialmente dentro da baía, escute bem o que digo para não sofrer o que sofrí. Mantenha as placas de seu micro sempre bem limpinhas e cuidado com a maresia. De tempos em tempos, retire as placas dos slots, limpe os contatos de borda o "de borda" eu incluí agoracom ternura e taque-lhes Freon sem parcimônia. Jamais aplique ventilação diretamente sobre os circuitos: jogue o ar para fora do gabinete, que deve ser mantido fechado, com as entradas e saídas de ar devidamente desobstruídas. E se puder, durante os tórridos verões cariocas, ligue um arzinho condicionado que a máquina agradece. Como em casa de ferreiro o espeto é de pau, não seguí estes conselhos e a corrosão acabou com os dois micros no meu laboratório. O Baptista está arrancando os cabelos para ver se consegue uma das placas. No biscoito 386 e em diversos outros chips, alguns pinos simplesmente cairam feito dente de leite.
Resultado: estou sem máquina. Pelo menos estou tendo a emoção de escrever a coluna desta semana no super-poderoso computador Hulk da redação, sentado diante deste possante terminal da Composition Systems, que parece até aquele órgão de tubos do Capitão Nemo.
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