O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 173 - Escrito em: 1994-07-04 - Publicado em: 1994-07-11


Micro descartável


A baixa qualidade dos micros novos vem enfurecendo muitos BBSzeiros, pelo que se pode notar pelas mensagens que andamos coletando por aí. Muitos dos que compraram seu primeiro micro no final da década de 80 sentem saudade da robustez das velhas máquinas. Ah, as notáveis placas-mãe da DTK de saudosa memória... É triste notar que, de forma geral, o hardware está se tornando cada vez mais vagabundo e descartável. Uma placa 486 novinha em folha comprada hoje tem vida útil estimada em, no máximo, dois anos. É bem verdade que o preço vem caindo cada vez mais, porém junto com ele, infelizmente também cai a qualidade.

Deu no Telecommunications Policy Review de maio passado que 25% dos micros PC compatíveis vendidos nos EUA quebram logo depois da venda ou já estão com defeito ao sairem da caixa. Por enquanto os fabricantes mais confiáveis, segundo a mesma pesquisa, ainda são IBM e Compaq. Mas não se iluda o leitor: esta tendência generalizada de baixa qualidade é proposital. Para os fabricantes, é mais interessante baixar o preço e produzir máquinas que quebrem rápido.

É por este motivo que se vem notando uma significativa demanda por placas antigas, para aplicações simples em microcomputação. Imagine que o usuário precisa de um micro modesto, apenas para processamento de texto ou para usar planilhas simples. A saída mais barata é comprar um hardware antigo, mesmo que de segunda mão. Certamente foi esta uma das razões do estrondoso sucesso que fez um recente leilão ocorrido em Anaheim, Califórnia, em que foram vendidas milhares de placas-mãe 286/386 zero quilômetro marca VIP Computer Inc, um fabricante antigo de hardware reconhecidamente parrudo que infelizmente faliu. Outros leilões assim estão por vir. Quem quiser maiores informações pode entrar em contato com Coulter & Associates Auctioneers and Appraisers, tel: 001 (714) 254-7889, fax: 256-2249.


Lá nos EUA, como você já deve saber, os serviços telefônicos são fornecidos por concessionárias não-governamentais. Consequentemente, a briga é feia. As empresas concorrentes têm que suar a camisa para manter a clientela e quem sai ganhando nisso tudo é, como sempre, o usuário.

Um dos serviços mais procurados é o das ligações a cobrar. Segundo o hábito norte-americano de divulgar números telefônicos usando codificação de letras em lugar dos números, facilitando a memorização, a empresa MCI lançou seu número para call-collect (chamada a cobrar): 1-800-COLLECT. Esperteza dela, pois foi a primeira a oferecer um número em que não se tem idéia de quem é o fornecedor do serviço, ao contrário do 1-800-SPRINT, por exemplo.

A concessionária líder no mercado, a AT&T, levou um baita susto ao saber duma pesquisa revelando que mais de 50% dos usuários do serviço 1-800-COLLECT podia jurar de pé junto que a empresa concessionária era a AT&T.

Nessa briga, a MCI foi mais esperta. Quando a AT&T resolveu retaliar oferecendo o número 1-800-OPERATOR para call-collect, descobriu que muitos usuários, certamente pouco letrados no idioma de Shakespeare, discavam para 1-800-OPERATER, número que ladinamente já era oferecido pela MCI para o mesmo serviço.


Chegou-nos das mãos do BBSzeiro Gregory Aharonian (srctran "at" world.std.com) um relatório da IIPA (International Intellectual Property Alliance) sobre os prejuízos amargados por empresas norte-americanas em função de pirataria internacional. Os dados de 1993 são alarmantes e, na categoria de programas de computador, apontam os campeões mundiais de pirataria e os prejuízos causados (em milhões de US dólares): Japão (854), Coréia do Sul (371) e China (322). Detalhe: o Brasil não consta da lista de dez países divulgada pelo Greg.


O Sysop Alex Mendes do CCAM BBS (Centro Cultural Alex Mendes, vejam só), informa que o sistema já está funcionando 24 horas por dia. Dá-lhe Xela!


[ Voltar ]