O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 179 - Escrito em: 1994-08-17 - Publicado em: 1994-08-22


Infecção relâmpago


Essa nos chegou fresquinha das mãos do Marcelo Sávio da IBM, vinda originalmente dum mancebo chamado Rafael Coll (e-mail RCOLL "at" anlaps.aps.anl.gov), engenheiro de segurança do Argonne National Laboratory em Illinois, EUA.

A notícia dá conta de um novo vírus de PC chamado KAOS4 que está se espalhando de forma aterrorizantemente rápida. Pode danificar arquivos executáveis e impedir a máquina afetada de dar "boot". Atinge sistemas PC-DOS, MS-DOS e MS-Windows. É claro que em poucos dias serão liberadas novas versões dos mais famosos programas anti-virus que já tratarão este novo maligno ser. Mas enquanto isso não acontece, convém ter cuidado com programas freeware e shareware que apareçam por aí de mão beijada. Todavia, se você baseia sua proteção anti-virus em rotinas que detectam alterações espúrias e mudanças de tamanho nos arquivos executáveis, então está a salvo do KAOS4.

O que faz deste vírus um perigo especial é que, conforme já aconteceu em alguns casos anteriores, seu código ativo foi divulgado em diversos newsgroups da Usenet, o que lhe proporcionou uma divulgação mundial instantânea.

Aparentemente o KAOS4 não é um programa deliberadamente destruidor, mas poderá deixar sua máquina "inbutável" (que não pode dar "boot") até que o vírus seja removido. Já que o fato de um micro não dar "boot" é um sintoma bastante comum, podendo se dever até a problemas de hardware, o usuário inexperiente fica sem saber o que fazer, caso seu PC esteja infectado pelo vírus. Observe que, se a sua máquina não consegue dar "boot" pelo winchester, mas consegue pelo disquete, então compare os tamanhos do arquivo COMMAND.COM ativo com o seu exemplar original do mesmo arquivo. Se houve aumento de tamanho, já dá para suspeitar de vírus. E se você encontrar os strings (cadeias de caracteres) "KAOS4" e "Kohntark" no último setor, então é batata.

O vírus KAOS4 parece ser uma variação do vírus Vienna, cujo poder foi aumentado de forma a afetar arquivos EXE e COM. Ele começa atacando o COMMAND.COM e depois sai procurando novas vítimas, aparentemente com predileção especial pelos diretórios DOS e NU (Norton Utilities). Ele adiciona 697 bytes ao programa afetado, sem modificar a data de alteração do arquivo e basta que seja executado uma só vez para já contaminar o sistema.

Apenas para sua informação: segundo o Rafael Coll, os programas anti-virus Scan versão 116 (da McAfee) e DDI DataPhysician Plus versão 4.0D (da DDI) não pegam o bicho.


ONDA VERDE: Em alguns BBS ligados à causa ecológica, está ressurgindo a onda verde em prol da economia de energia. Em meados do ano passado foi lançada nos Estados Unidos pela EPA (Environment Protection Agengy), uma iniciativa chamada "Energy Star", que pretendia motivar os fabricantes de computadores a seguirem novas normas industriais do governo visando economizar energia. Apesar da economia anual de US$ 50 a 100 em energia elétrica por micro ligado, o que significaria bilhões de dólares a nível nacional, a demanda pelas "máquinas verdes" ainda está meio capenga e os BBSzeiros naturebas não se conformam com isso.

A explicação para esta inércia mercadológica é que muitos revendedores acham que a máquina verde típica seria mais lenta e menos poderosa do que um micro comum. Ledo engano: não há diferença entre elas, nem em preço nem em performance. Segundo experimentados analistas da indústria de informática, assim que os "dealers" se conscientizarem que os benefícios ambientais das máquinas verdes não representam custo adicional, aí sim, o mercado decola.


DOR NO BOLSO: Rolou recentemente uma conversa que vem deixando os usuários Internet de cabelo em pé. O governo dos EUA declarou pretender taxar os serviços da grande rede. A princípio a taxação seria única, ou seja, a chamada "flat-rate", com todo mundo pagando a mesma coisa. Contudo, começou-se a falar em cobrança em função do tempo de utilização e do volume de informações transferidas. Aí a coisa pegou fogo e o pessoal subiu nas tamancas. Um exemplo de indignação foi dado pela AAUP (American Association of University Professors) que baixou uma resolução mantendo a "flat-rate". Outra mostra da insatisfação da comunidade foi a avassaladora torrente de mensagens iradas que inundou a Net quando começou a se falar em cobrança proporcional.


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