O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 186 - Escrito em: 1994-09-01 - Publicado em: 1994-10-10


Hot saw, hot see


Agradecemos ao Paulo Henrique Mascarenhas Sant' Anna do ICAD/TeCGraf da PUC-Rio que nos mandou os resultados uma pesquisa conduzida na Internet versando sobre o perfil típico do especialista em desenvolvimento de GUI's (Graphic User Interfaces). O trabalho foi conduzido por um cidadão chamado Juergen Dammert (e-mail Dammert "at" informatik.uni-stuttgart.de) e é por demais verboso para ser apresentado aqui na íntegra, portanto dele pinçamos apenas algumas estatísticas.

O especialista típico em GUI's é do sexo masculino (93%), tem entre 20 e 24 anos (34%), trabalha basicamente em desenvolvimento (70%), em uma empresa com mais de 1000 funcionários (31%). Ele têm nível de bacharelato (33%) e trabalha como programador (53%), dando preferência ao ambiente MS-Windows (52%). Como usuário de GUI's, considera-se um expert no assunto (55%) e, sob o ponto de vista de programação, dá preferência à ferramenta Motif (38%) para desenvolvimento. Vem se dedicando há cerca de 4 anos ao desenvolvimento de GUI's (32%) e utiliza-se da linguagem "C" (77%).

Quem tiver interesse no resultado completo da pesquisa, com sorte poderá encontrá-lo em alguns BBS, sob o nome DESENGUI.ZIP. Sem sorte, basta baixar do Online e do CentroIn que lá eu tenho certeza que tem.


O pessoal que vibra com as novidades de hardware andou agitando os BBS norte-americanos, exaltando efusivamente o anúncio dos novos drives de CD-ROM para PC. São baratos e fáceis de instalar, utilizando-se da velha conhecida interface IDE. Com preços de lista variando entre US$ 190 e 300, os novos modelos, todos internos e double-speed, são direcionados à fatia inferior do mercado. O melhor da estória é que, para instalar este simpático apetrecho, bastará ao usuário ligá-lo ao cabo que conecta os discos rígidos IDE de seu micro, eliminando a necessidade e a encheção de saco de uma plaquinha adicional em seus slots.


As empresas que se meteram na acirrada briga de mercado de Multimídia chegaram à dolorosa conclusão de que é impossível se manter na competição se não houver uma poderoso esquema de distribuição funcionando. É por este motivo que o número de casamentos empresariais nesta área vem aumentando incrivelmente. As firmas pequenas estão se associando às grandes e quem ficar de fora certamente vai afundar.

O custo de se produzir CD-ROM's de qualidade também é muito alto. Quem tem hábito de comprar CD-ROM's já percebeu que é altíssima a probabilidade de se entrar numa arapuca: a qualidade média dos títulos em CD-ROM é baixa e muitos fabricantes se preocupam apenas em "encher linguiça", diante da difícil tarefa de arranjar 600 megas de material para encher um disco.


GOTAS DA INTERNET: Fatos picados sobre a grande rede. Você sabia que... Constam 106 livros na famosa Lista Não-Oficial de Livros da Internet e que a média de número de páginas deles é de 335? A Casa Branca (EUA) ofereceu à comunidade internetiana um endereço e-mail para contato e recebeu no último verão norte-americano mais duzentas mil mensagens, sendo que apenas uma delas trazia uma ameaça de morte ao presidente Clinton? Em junho de 1969 existiam no mundo apenas três hosts (máquinas) Arpanet (precursora da Internet) e que em junho de 1994 existiam cerca de 2.300.000 hosts Internet? São feitos mais de 1600 downloads por dia do famoso programa Mosaic que permite acesso à Internet através do WWW (World Wide Web) com interface gráfica e hipertexto?

Quem quiser se deleitar com informaçõezinhas deste tipo e for um dos ungidos que possui acesso ao Mosaic ou ao Lynx (semelhante ao Mosaic, só que em modo texto), pode então mirar seus sensores para o URL (Universal Resource Locator) http://www.openmarket.com/info/internet-index/current.html


Nas conferências sobre o mercado mundial de informática nos boards de vários BBS pelo mundo, o que mais se comenta é a impressionante explosão informática do Brasil nos últimos tempos. Nosso país tornou-se o maior magneto de mercado, atraindo companhias de todos os cantos do mundo, num total de vendas este ano que chega aos US$ 10,7 bi. Estima-se que Brasil está duplicando seu hardware e seu software a cada dois anos. Analisando essa mudança no cenário informático brasileiro, em que há poucos anos era tabu se falar em importar máquinas, surge um trocadilho quase infame, evocando uma expressão inglêsa: "Hot saw, hot see", ou seja: "Quente viu, quente vê"...


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