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O GLOBO - Informática Etc.
Carlos Alberto Teixeira

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Artigo: Intel / Publicação: 2004-06-28

Novo pulo do gato da Intel

Há quase dez anos não se via um salto tecnológico tão marcante na evolução da plataforma PC como o que foi dado pela Intel na semana passada, com o anúncio de uma nova família de processadores com poderosas capacidades embutidas de áudio, vídeo e wireless, coisas que antes a gente só encontrava em máquinas especializadas e envenenadas para propósitos específicos exigindo alto desempenho. De olho em aplicações de entretenimento e produtividade, os lançamentos da Intel alargam o caminho que está levando o PC caseiro ou de escritório a se transformar num eletrodoméstico amigável multimídia e conectado sem-fio.

O lançamento da Intel baseia-se em três novos chipsets e vários novos processadores Pentium 4 com suporte à tecnologia HT (Hyper-Threading) e com a nova numeração na seqüência 5xx, projetados com tecnologia de 90 nanômetros e capazes de chegar aos 3,6 GHz de clock. Os três chipsets são o Intel 915 G, o Intel 915 P (ambos com codinome Grantsdale) e o Intel 925X Express (codinome Alderwood), apresentando uma nova tecnologia de memória de alta velocidade chamada DDR2.

Para começar o banho de tecnologia vejamos o departamento áudio. Em 2003, mais de 1 bilhão de DVD's foram vendidos. Isso vem aguçando na turma uma exigência de áudio cristalino, para fazer frente às imagens de alta definição que a mídia proporciona. Pois bem, os novos chips Intel têm HDA (High Definition Audio), com suporte a som Surround 7.1. Com apenas um clique no mouse, todos os conectores de saída do PC se transformam em plugues de fones de ouvido, permitindo à galera toda desfrutar do sonzaço de la machina, mesmo num ambiente silencioso. Outra parada sinistra é poder configurar estas ou aquelas saídas de áudio para entregarem fluxos diferentes de informação, tipo um sujeito ouve MP3 e outros dois ouvem som surround multicanal enquanto assistem um vídeo, e talvez mais um grava um programa de TV em tempo real, tudo na mesma máquina.

E as câmeras digitais? Mais de 70 milhões delas devem ser vendidas só em 2004. Serão bilhões de fotinhas digitais entulhando os discos de PCs no mundo inteiro. Os novos processadores Intel estão em cima dessa voga, dando atenção especial ao valioso acervo de imagens digitais de cada usuário, caso esteja ele munido de múltiplos discos rígidos. Através de tecnologia RAID, normalmente só encontrada em data centers, o aditivo opcional Intel Matrix Storage Technology melhora loucamente o desempenho de armazenamento de imagens e aumenta a proteção desses arquivos de fotos, áudio e vídeo.

E para quem se liga em wireless, os novos processadores permitirão configurar uma rede doméstica sem-fio através de quatro passos simples. Adeus complicação. Se o usuário quiser se coçar um pouco mais no bolso e comprar uma configuração que tenha, além de um dos novos chipsets, o opcional Intel PRO/Wireless 2225BG Network Connection, então poderá distribuir todo seu conteúdo multimídia pela casa inteira, ou pelo escritório todo, em conexão sem-fio -- sem engasgos. Outras máquinas podem também compartilhar um só link banda larga com a internet ou mesmo dividir a impressora, tudo wireless.

E os gráficos? Simplesmente humilhantes. O chipset Intel 915G Express traz embutido o Intel GMA 900 (Graphics Media Accelerator) possibilitando displays duais independentes, com múltiplas telas num só PC, permitindo uso de monitores antigos. Vai ser um chuá para quem trabalha com edição em vídeo ou precisa analisar múltiplos conjuntos de dados gráficos. E mais, encara também telas LCD widescreen, já de olho nos formatos mais avançados da tecnologia de HDTV (televisão de alta definição). Quanto aos tarados por games, estes sim, vão se sentir no paraíso.


A velha mania de medir a capacidade de um processador simplesmente pela freqüência do clock virou coisa do passado. A turma da Intel resolveu revolucionar sua maneira de numerar os chips. Cada novo lançamento vai ter um identificador composto do nome do processador seguido de um número. O nome incluirá uma letra indicando a vocação do chip: D (desktop), M (mobile), etc. Está tudo bem explicadinho lá na página da Intel.

Os novos números indicando modelos de processadores vão levar em conta, além do clock, a arquitetura, o cache, o "front side bus" e as tecnologias Intel embutidas no dito cujo. Esta mudança, segundo os intelenses, vai permitir à comunidade saber direitinho qual é o grande lance de cada novo chip, permitindo aos fabricantes de PC utilizar o processador exato para a necessidade específica do usuário. Bem, muito bonito. Se o usuário leigo já se enrolava só com a medida do clock, que dirá com tantas outras variáveis. Vamos pentear um pouco essa questão meio cabeluda:

  • Arquitetura: É o design básico do microprocessador, podendo incluir tecnologias do processo de fabricação e outros melhoramentos de projeto.

  • Cache: É uma área temporária de armazenamento de dados acessados com mais freqüencia, poupando a máquina de fazer acessos para pegar informação batida demais. É medido em MB (megabytes) ou kB (kilobytes).

  • Clock: É a velocidade do relógio interno do processador, expressa em termos duma freqüência, que é medida em GHz (GigaHertz) ou, antigamente, em MHz (MegaHertz). Um GigaHertz equivale a um bilhão de pulsações eletromagnéticas por segundo. Coisa pra dedéu, pode crer. É o clock que indica a rapidez de operação do processador.

  • Front Side Bus: Vulgo FSB, é a interligação entre o processador e o resto dos componentes-chave do computador. É medido em GHz ou MHz.

Cá entre nós, numerar desse jeito os processadores me parece a princípio uma idéia meio esdrúxula. Vamos ver se cola.

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