O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 320 - Escrito em: 1997-10-09 - Publicado em: 1997-10-13


Sementes contra o câncer


Não é só aqui no Brasil que os governantes querem enfiar à força a informatização goela adentro do sistema educacional. Quando faltam recursos até para pagar professores e merenda, muitas vezes dá-se um jeitinho de comprar micros para as salas de aula, alguns até equipados para acesso à Internet. No Canadá acontece a mesma coisa, só que eles podem e nós não podemos. Lá já existe até uma certa pressão para que os mestres disponibilizem seus cursos na Web. Mesmo assim, alguns professores da Universidade de York, em Toronto, deram um passo pioneiro: negociaram um contrato que lhes assegura que não serão forçados a usar alta-tecnologia em classe, caso não desejem fazê-lo. Acreditam firmemente que a interação humana é sempre mais proveitosa do que o contato remoto através de um browser.


Está sendo preparada uma compilação de imbecilidades e asneiras encontradas na língua portuguesa escrita. Visite a página <www.tecgraf.puc-rio.br/~cat/asneiras.doc> e, se tiver alguma contribuição, por favor não se avexe.


Quando eu era garoto tomava muito banho de rio e gostava de melancia. Quando já estava com o bucho cheio, mastigava pedações da fruta, polpa e semente. Depois cuspia no rio aquele bolo e observava os peixinhos. Eles desprezavam a polpa vermelha e atacavam só as sementes mastigadas, comiam tudo.

Há poucos dias chegou-me um junk e-mail que me chamou a atenção. Informava um tal site <www.apricotsfromgod.com>. Não entendo chongas de medicina e o que transcrevo aqui são informações que constam na página acima. Segundo esse pessoal, existe uma vitamina nas sementes chamada B17. Um de seus componentes é cianeto, porém numa forma amena e segura. Nos EUA a tal vitamina teve sua venda proibida há alguns anos e isso causou grande bafafá na ocasião. Um grupo de cientistas declarou que a substância previne o aparecimento de câncer e pode até matar células cancerosas. Se a leitora tiver paciência e visitar com calma a árvore Web dos "Apricots from God", vai encontrar leitura para cerca de uma hora. Eles recomendam que se coma sementes de frutas: maçã, pêssego, cereja, laranja, nectarina e abricó, entre outras. Mencionam tribos e populações inteiras que têm esse hábito e que apresentam baixíssimas taxas de incidência de câncer. Segundo eles, sete sementes de abricó por dia bastam para prevenir a doença. Tapioca também teria muita B17. Tem tomado seu tacacá ultimamente?

Depois de muitos anos de pesquisa, o bioquímico Dr. Ernst T. Krebs, Jr (curiosidade: Krebs em alemão significa câncer) isolou em 1950 uma nova vitamina a que numerou como B17. Conhecida também como amigdalina ou "Laetrile", a substância ficou famosa por ter sido apontada como a cura do câncer. Na ocasião, as multinacionais farmacêuticas, incapazes de patentear a descoberta, lançaram uma forte campanha contra a B17. Em 1974, o autor G. Edward Griffin lançou o livro "World Without Cancer" (O Mundo Sem Câncer), divulgando novas teorias sobre a doença. No fim das contas, o que se diz é que as chamadas substâncias e hábitos cancerígenos simplesmente expõem deficiências de vitamina B17, fazendo aparecer o câncer. Um ótimo texto em inglês sobre o assunto pode ser encontrado em <www.livelinks.com/sumeria/health/laetrile.html>.

Há uma semana estamos guardando semente de toda fruta consumida aqui em casa, exceto abacate e manga. Quando já temos um bom bocado, vai tudo para o liquidificador e depois para dentro da sopa de legumes que tomamos todo dia. Mal não vai fazer.


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