O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 375 - Escrito em: 1998-10-27 - Publicado em: 1998-11-02


Chips feitos de plástico

AINDA BASTANTE LERDOS, MAS SERÃO O FUTURO EM NOSSAS MÁQUINAS


O pessoal dos laboratórios continua queimando a mufa no sentido de baixar os custos de produção dos circuitos integrados. Cinco cientistas dos laboratórios Philips em Eindhoven (Holanda) e da Ormecon Chemie GmbH conseguiram produzir o primeiro CI usando plástico como substrato, ou melhor, polímeros orgânicos, no lugar do tradicional silício. A base do chip é um wafer com mais de 300 contatos verticais constituindo um completo gerador programável de código de 15 bits. O material semicondutor chama-se Poli-tienileno-vinileno, o isolante é o Poli-vinil-fenol e os eletrodos são feitos do metal orgânico Polianilina, patente exclusiva da Ormecon Chemie. O macete para produzir os transistores do chip foi irradiar o metal orgânico com raios ultravioleta através de uma máscara, causando um decremento em condutividade de cerca de dez ordens de grandeza. Os contatos elétricos verticais foram feitos com microscópicas agulhas de impressora, que cutucavam as camadas de Polianilina de forma que houvesse contato entre elas em determinados pontos da superfície. Em suma, uma façanha tecnológica respeitável.

Convém alertar, porém, que o tal circuito plástico não vai aparecer tão cedo nos micros que estamos acostumados a usar, pois ainda estão em estágio rudimentar de pesquisa, sendo excessivamente lentos e pouco miniaturizados. Eles podem conter até 326 transistores, contra os 19 milhões de transistores existentes num Intel Celeron com cache. Quanto ao clock, ainda é de meros 30 Hertz, contra os 45 milhões de Hertz (MHz) das CPUs mais rápidas do mercado. É claro que isso é apenas o começo de uma longa caminhada na acidentada floresta das pesquisas de laboratório, mas o processo de fabricação destes novos circuitos é tão mais barato que não vai demorar muito até que passem a ter mais importância no cenário da microinformática.


A querida leitora está amigada com alguém? Sim, a pergunta é essa mesmo, mas não precisa me responder. Basta que fique sabendo que mesmo na Internet também existe muita gente que optou por juntar as trouxas com sua cara-metade sem no entanto assinar papeladas nem participar de cerimônias religiosas destinadas a sacramentar a união. De modo a reunir estas almas pouco convencionais, uma jovem chamada Dorian Solot <[email protected]> resolveu criar uma mailing list em inglês chamada ATMP-Talk, cuja finalidade é centralizar discussões e anúncios relacionados ao "Alternatives to Marriage Project" (Projeto Alternativas ao Casamento). O público-alvo é a turma curiosa pelo assunto, podendo ser gente solteira, enamorada, casada ou amancebada, tanto faz. Contanto que se interessem pelas questões das pessoas que preferiram não se casar, ou não puderam se casar. É um fórum onde se pode trocar experiências obtidas em relacionamentos sem papel passado. O projeto tem sua home page em <www.netspace.org/atmp>. Para assinar a lista, envie e-mail com subject (assunto) em branco para <[email protected]>, escrevendo "sub atmp-talk" no corpo da mensagem, sem as aspas. Você pode escolher receber a lista sob a forma de digestos mensais ou semanais, bastando para isso mandar mensagem para <[email protected]>. O endereço físico é:

Alternatives to Marriage Project
P.O. Box 991010,
Boston, MA 02199, EUA.

Telefax: 001 (781) 793-9911.


A Toshiba <www.toshiba.com/taec/> está preparando uma ótima surpresa para os ávidos consumidores de memória e viciados em velocidade computacional: chips de memória de 6 nanossegundos, chamados MRAM (magnetic random access memory). Os chips na verdade são pequenas migalhas microscópicas de cobalto e platina "ensanduichadas" entre camadas magnéticas, constituindo ótimos dispositivos de armazenamento não-volátil, ou seja, que mantêm os dados ativos mesmo quando se desliga a tomada. Os protótipos da MRAM ficarão prontos no ano 2000. Em paralelo a isso, os PCs continuarão a se tornar mais rápidos, mais poderosos e mais baratos a cada dia. Isso se dá porque os progressos tecnológicos em cada categoria de componentes se dão em paralelo, mas sem necessitar que todas as frentes de batalha avancem na mesma velocidade. Se o hard disk fica mais rápido hoje e a CPU ainda não acompanhou, o pessoal da indústria arma o esquema todo para que ambos funcionem razoavelmente bem em conjunto por mais alguns meses, ou mesmo anos, de modo que a base instalada continue operando mesmo se os donos das máquinas resolverem efetuar upgrades aos pouquinhos. Você pode hoje jurar de pés juntos que jamais precisará de chips de memória de 6 nanossegundos, mas espere um tempinho e verá.


Os programadores da Microsoft estão escrevendo um novo e minúsculo browser para rodar em celulites, digo, telefones celulares. O bichinho vai ter meros 100 kb e permitirá aos celulófilos visualizar páginas comuns na Web, em HTML normal, além de em XML (Extensible Markup Language). Um outro pequenino browser, da Unwired Planet <www.unwiredplanet.com/tech/tech_overview.html>, já andou tentando fazer coisa parecida, sendo que só lia páginas escritas num subconjunto da especificação HTML, chamado HDML (Handheld Device Transport Protocol). O novo browser da Pequena-Mole vai entrar em testes de campo no final do corrente ano. Lá por meados do ano que vem deverá estar disponível em celulares e pagers, mas para isso a gigante de Redmond já está negociando com fabricantes para que passem a usar o novo microbrowser.


Quer saber das últimas ofertas de hardware na Mongólia? Visite <www.mol.mn/advert/zar_com.html> e, se puder descobrir o que significa a palavra "zarna", mande-nos e-mail. Acho que é "oferta" ou "venda". Tenta você mesma, leitora.


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