O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 378 - Escrito em: 1998-11-17 - Publicado em: 1998-11-23


Em defesa da Microsoft


Uma leitora irada enviou-nos um e-mail reclamando que no caderninho só se fala mal da Microsoft. Injustiça sua, prezada. E para pôr logo uma pá de cal sobre o assunto, visite o site <www.moral-defense.org/home.html>, do Comitê para Defesa Moral da Microsoft. O acesso, não sei por que razão, é irritantemente lento, portanto tenha paciência. Lá pode-se encontrar uma defesa ferrenha da filosofia que rege o gigante do software mundial. O curioso é que, lá pelas tantas, o autor do site menciona que não há nenhum problema em entregar um browser de graça para a comunidade Internet, como faz a Microsoft com o Explorer embutido. É quase uma piada já que, como vimos na semana passada, é justamente o Linux, sistema operacional gratuito, que está dando tanta dor-de-cabeça no pessoal de Redmond. Outro texto pró-MS um tanto inquietante mas bem articulado pode ser encontrado em <www.feedmag.com/essay/es128lofi.html>, de Rachel Chalmers, uma escritora australiana que mora em São Francisco.


O CEO da Oracle, o legendário Larry Ellison, ainda crente na filosofia do Network Computer, continua exaltando as virtudes das máquinas secas, operando um hardware dedicado a umas poucas funções específicas. No caso, ele levanta a bandeira de computadores que rodariam exclusivamente software Oracle de banco de dados. Tais máquinas seriam muito mais eficientes do que micros baseados em Windows, uma vez que estariam executando apenas o software principal. Com tais programas rodando sobre um NT, por exemplo, o sistema ficaria apenas maior, mais lento, menos confiável e menos seguro. A Oracle já está trocando figurinhas com HP, Dell Computer e Sun Microsystems para construir estas máquinas, que seriam baseadas em tecnologia comprada da Apple Computer. Quanto ao preço destas novas configurações, que rodariam quatro processadores Intel cada uma, fala-se em US$ 10 mil, já incluindo o software Oracle. Em termos comparativos, quatro servidores Intel rodando Windows NT saem por US$ 12,5 mil.


A revista PC Computing está oferecendo um site repleto de dicas de grande interesse para os que gostam de fuxicar na rede: <www.zdnet.com/pccomp/features/excl1198/netsecrets/wel come.html>. Com as informações deste site, você poderá descobrir endereços de outros sites que nem as search engines (máquinas de pesquisa) conseguem encontrar. Poderá encontrar informações secretas sobre outros usuários e travará contato com sites que apresentam as mais diversas ofertas gratuitas. Você aprenderá como navegar na Web de forma anônima, sem deixar traços de qual é seu endereço IP. Saberá também como aumentar sua velocidade de conexão. Na seção "Go deep undercover", você conhecerá seis maneiras de lançar sobre si um véu de invisibilidade na Internet. Na seção "How to get ahead", você aprende como navegar mais rápido. E na "Find anything fast" você pega instruções para conseguir pesquisar qualquer assunto na Web. E olha que na teia é possível encontrar quase de tudo. Na área "Work the Web", você descobre macetes para incrementar seu negócio na rede, com informações sobre anúncios de graça em ambientes de comércio eletrônico via Web. Se visitar o tópico "Steals and deals", aprenderá os lugares mais baratos para comprar coisas pela Web, precisando você delas ou não.


Os esforços de marketing nos meios tradicionais de comunicação são regidos por normas bem definidas há muito tempo. Na Web, todavia, a coisa ainda corre totalmente ao deus-dará. Diversos grupos interessados na questão estão tentando definir padrões para anúncios e notícias via Web. Nos jornais em papel, por exemplo, quando um anúncio veiculado tem a aparência de um texto escrito pelo próprio jornal, é obrigatório que se identifique o artigo como matéria paga. Há regras também quanto ao posicionamento de determinados tipos de propaganda em relação a esta ou aquela seção do jornal. Na Web estes cuidados não existem, muito pelo contrário. Muitas vezes numa página Web se vê banners (pequenas ilustrações com links clicáveis anunciando determinado produto ou serviço) colocados quase grudados a artigos que falam justamente sobre o produto anunciado. As duas entidades já preocupadas com estas questões nos EUA são a American Society of Magazine Editors (Associação Americana de Editores de Revistas) e a Internet Content Coalition (Coalizão sobre Conteúdo na Internet), que no momento estudam formas de adequar as normas dos meios antigos às novas modalidades de comunicação. O louvável objetivo destas instituições é solidificar um código de ética na Web.


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