O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 391 - Escrito em: 1999-02-15 - Publicado em: 1999-02-22


Arapucas a valer


Provedores nacionais parecem areia movediça: quem entrou não sai mais

Quem contratou o SBT-On-Line (SOL) como provedor, pode ir se preparando para chateação, caso decida encerrar seu contrato. É o que vem acontecendo com diversos usuários, entre eles a psicanalista e escritora Olga Ferraz <[email protected]>. Quando decidiu mudar de provedor, Olga ligou para o SOL requisitando seu desligamento. Eles pediram que ela dissesse o motivo do cancelamento e ela informou no ato. Depois, o pessoal do SOL pediu que ela informasse o mesmo motivo por e-mail. E nisso, o tempo correndo, e ela pagando mais mensalidades. Mas ela atendeu essa nova exigência e enviou o tal e-mail informando os motivos. Em seguida, o SOL exigiu que o titular da conta, Antonio Paulo, o marido da Olga, era quem deveria informar os motivos do desligamento. E o tempo ainda correndo. A Olga novamente atendeu, mas não pára de escrever e de ligar para São Paulo insistindo para que terminem logo com essa novela enervante. O que ela já gastou com isso dava para pagar uns três meses num outro provedor. Considera, com justificada indignação, que isso tudo é um abuso e o stress que a situação está lhe causando é o pior. Até o momento em que lhes escrevo, sua situação ainda não se resolveu e a Olga ainda não foi desligada do SBT-On-Line.

Como se vê, Olga optou pelo provedor Unikey e parece satisfeita com ele. Mas tenho aqui um outro caso, igualmente escabroso, de um usuário que teve o mesmo problema com o Universo On-line (UOL) e que se mudou, pobre homem, para o SBT-On-Line (SOL). Trata-se do Carlos Roberto Carvalho dos Santos <[email protected]>. Desde outubro de 1998, quando cancelou sua assinatura no UOL, ele vem recebendo normalmente as cobranças, e olhe que já estamos em fevereiro de 1999. O Carlão não se cansa de telefonar e enviar e-mails para o setor de cobrança do provedor, e nada. Ele agora quer mover um processo contra o UOL, pois se sente completamente incapaz de lutar contra essa situação tão desagradável, que está lhe causando até problemas emocionais e psicológicos, segundo ele mesmo relata num revoltado e-mail que me enviou em desabafo. É uma sinuca mesmo, pois se ele parar de pagar, terá seu telefone cortado, já que as cobranças vêm direto na conta telefônica. Ele quer que o UOL lhe faça o ressarcimento dos prejuízos e das tensões a que vem sendo submetido. O Carlos Roberto fez questão de me enviar o trecho do Código de Defesa do Consumidor, Lei N.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Na seção V da cobrança de dívidas, artigo 42, lê-se o seguinte: "Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único - O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro ao que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável." Quem puder ajudar o Carlos com um apoio jurídico, favor enviar e-mail para ele. Esperemos também que ele goste do SOL, pois se não gostar, vai passar por uma nova Via Crucis, como aconteceu com a Olga.


Andou fazendo barbeiragens, querida leitora? Tem dormindo mal pensando em quantos pontos já perdeu em seu prontuário junto ao Detran? A Christine Weber <[email protected]>, dona da agência de turismo Amstel, acabou de me enviar essa dica: o site do Banerj onde você pode pesquisar sua pontuação, a partir de seu número de CPF. Anote por favor: <http://scwt003cto.banerj.com.br/detranrj/pontos/pontos.asp>


A leitora sabia que pagers (Bip, Teletrim, Mobi, etc) podem fazer mal à saúde? Pois fique sabendo que sim. A agência Reuters noticiou em Kiev, na Ucrânia, que um negociante sofreu um sério acidente de carro por causa de pagers. Acontece que este infeliz cavalheiro havia comprado 50 deles de uma só vez, um para cada membro de sua equipe no escritório. Era um presente de Ano Novo para seus funcionários. Ele estava voltando da loja e havia colocado todos os aparelhinhos no banco traseiro do carro. A parte ruim da história é que, muitas empresas de pagers costumam enviar uma mensagem inaugural parabenizando seu novo cliente. Só que dessa vez, o pobre cliente tinha 50 engenhocas dessas atrás das suas costas. Quando já estava quase chegando ao seu destino, a uns 100 metros de seu escritório, todos os pagers começaram a apitar loucamente, o camarada quase teve um ataque cardíaco, largou o volante em pânico e acabou se arrebentando com o carro num poste. Assim que se recobrou do susto, o mancebo leu nos pagers a mensagem que tinha gerado o apitaço fatídico: "Parabéns por sua escolha!"


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