O GLOBO -
Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 393 - Escrito em: 1999-03-02 -
Publicado em: 1999-03-08
Tradução fajuta
Preguiça e falta de respeito com o cliente maculam o nome de tradicional fabricante de impressoras
Cara leitora, não se assuste, mas leia isso: "(1) Os dados iluminam piscadelas depois de um printout. O GQ deve ser instalado em muito a mesma maneira como o sheetfeeders cortado e isso está reduzindo o número de linhas por página para 63 (this deve ser ajustado para em seu software). O que é happeningis que estão sendo empurradas 2 ou 3 linhas em branco sobre o próximo andare de página que se senta o esperando mais amarelo a ser imprimido. Como o onlydeals de GQ em páginas inteiras esperará pela página para encher beforeprinting."
Não dá para entender quase nada, não é? Pois bem, este é um exemplo típico de um péssimo serviço prestado ao cliente internauta que navega na Web em busca de esclarecimentos e informações técnicas. Essa tradução primorosa, que me chegou às mãos por intermédio do colega chamado Vicente <[email protected]>, é o FAQ (Frequently Asked Questions) da impressora laser Epson GQ-3500, que pode ser encontrado na íntegra em <www.epson.com.br/suporte/faq/gq3500.htm>.
O responsável pelo site deve ter pego algum software de tradução de terceira categoria e tascado o texto original em inglês para dentro dele. Pegou o resultado e colocou-o na Web, sem sequer se preocupar em dar uma rápida lidinha na porcaria que ficou. Veja o texto original em inglês em <www.epson.com/support/faqs/laser/Gq35qa.txt> e dê ótimas gargalhadas comparando com a página traduzida. Já falamos sobre o lado cômico dos softwares tradutores <www.oglobo.com.br/arquivo/info/cat/335.htm>, mas imagine um dono de uma impressora dessas querendo resolver um problema, apelando para o site da Epson aqui no Brasil e encontrando semelhante barbaridade. Que raiva!
No dia 25 de fevereiro passado houve um ataque ao sistema de computadores do cartão de crédito American Express. As investigações ainda em andamento indicam que o intruso usava uma rede de computadores na Rússia, o que não quer dizer que o ataque original tenha partido de lá. Segundo o urgente aviso enviado para diversos clientes do cartão AMEX, o invasor teve acesso a backups antigos de informações pessoais de vários usuários. Cada um destes infelizes foi instruído a contatar a central e solicitar a troca imediata do número de seu cartão.
Certamente o fato de um hacker ter conseguido penetrar o sistema da AMEX é algo assustador, mas nem se pode considerar o fato uma notícia extraordinária, pois tais ataques têm sido muito mais freqüentes do que é divulgado. Normalmente numa situação assim, o que aconteceria meses mais tarde, seria o cliente receber uma fatura cobrando exorbitâncias e causando-lhe aporrinhações mil para explicar que urubu não era meu louro. Nessas questões de segurança, o maior problema sempre é impedir a entrada de fuxiqueiros. No entanto, também não é nada fácil acompanhar todos os acessos e detectar rapidamente se houve ou não alguma invasão, tomando em seguida as medidas adequadas. Nesse caso da AMEX, o que pegou bem, aliás muito bem, foi a agilidade da empresa em encontrar o furo e comunicar o fato aos seus clientes, sem desculpas esfarrapadas.
Ainda sobre o caso dos provedores UOL e SOL, que criaram uma série de dificuldades na hora em que seus usuários decidiram mudar de provedor, o advogado Ricardo Camargo Pinheiro <[email protected]> fez a gentileza de me enviar algumas dicas de como proceder. Os que estiverem em apuros desse tipo podem procurar diretamente o Juizado Especial Cível e do Consumidor de sua cidade. Não é necessário advogado, mas é essencial que levem todos os documentos que possuem sobre a questão. Será instaurado um processo onde terão seu dinheiro de volta acrescido da multa prevista no Código do Consumidor. Podem também pedir indenização pelos danos morais causados, cujo valor será fixado pelo Juiz que julgará a causa. Ainda podem requerer que cesse imediatamente a cobrança indevida e a fixação, pelo Juiz, de uma multa diária no caso de não cessar a cobrança.
O velho camarada Marcelo Sávio <[email protected]> trouxe alívio para nós, que recebemos a toda hora essas cartas-corrente. Se você quer se livrar dessas cartas sem quebrar a corrente e sem sofrer todas as aterrorizantes maldições e infortúnios preconizados nesses textos, basta visitar o site <www.csicop.org/chain/>, clicando no link "On-line Submittal". Se a leitora é supersticiosa, esta é a forma mais rápida e segura de passar adiante uma dessas mensagens. É o próprio site que se encarrega de reenviar sua mensagem para 10 "amigos automáticos" sem que você esquente sua cabeça. Se tiver recebido uma carta-corrente via correio convencional, e também quiser se ver livre dela, clique no link "Postal Mail Submittal" e envie a carta para o endereço físico que lá se encontra.
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