O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 405 - Escrito em: 1999-05-26 - Publicado em: 1999-05-31


Programador azarado


Testar um programa é essencial, mas há que se tomar certos cuidados

Um colega de nome Tom Taborda <[email protected]> enviou-me um caso que ilustra um hábito comum entre programadores. Quando se escreve um programa de computador, é essencial testá-lo para checar se ele cumpre suas funções. O funcionamento mais comum de um programa é que ele engula dados, processe-os e produza uma saída, seja exibindo-a numa tela, num relatório impresso, gravando arquivos ou modificando posições de memória. Antes de pôr um programa em regime de produção e poder verificar seu desempenho em condições reais, é preciso elaborar uma massa de dados de teste. Considerando os dados que entram no programa e já sabendo o tipo de saída esperada, pode-se dizer que o bicho roda bem ou se tem algum bug no desgraçado. O Tom nos recomenda o site da New Scientist <www.newscientist.com/weird/bizarre1.html> como fonte de histórias bizarras como essa de uma instituição financeira que decidiu enviar mensagem via mala direta para seus dois mil clientes mais ricos, a pura elite, convidando-os a adquirir serviços extra do banco. O programador incumbido da tarefa de gerar as cartas personalizadas escreveu o código, que não tem nada de complicado e que faria a pesquisa no cadastro do sistema, selecionando os dois mil magnatas com base nos dados de cada cliente. Na hora de testar a rotina, o profissional criou um pequeno banco de dados fictício com alguns clientes imaginários, todos com o mesmo nome: Rich Bastard, cuja versão em nossa língua, considerando o peso do termo, seria algo como "ricaço fdp" ou cousa que o valha. O programa rodou bem, imprimiu as cartas a contento e entrou em produção. Acontece que o imbecil cometeu algum erro ao programar a saudação inicial da missiva, que deveria aparecer como "Dear Mr. Jones" (Querido Sr. Jones), ou qualquer que fosse o nome do abastado cliente. Errou nas variáveis do programa e, no final das contas, as duas mil cartas foram impressas, envelopadas e entregues, começando com "Dear Rich Bastard". Desnecessário dizer o que aconteceu depois com o tal programador.


A equipe de resposta a emergências computacionais, vulgo CERT, divulga periodicamente comunicados informando dos ataques mais comuns à segurança de sistemas. Desde o penúltimo relatório publicado houve um aumento significativo nas infecções por virus e uma incidência redobrada da aplicação de métodos antigos de ataque. A reportagem mais recente aponta os virus Melissa, CIH/Chernobyl e Happy99 como os mais comuns. Os ataques SYN também voltaram à moda e os invasores continuam desenvolvendo ferramentas cada vez mais espertas para explorar as vulnerabilidades de redes e sistemas. Intrusos que penetram em sites Web e alteram páginas à vontade são também corriqueiros, invariavelmente por culpa de alguns administradores de sistema que não protegem suas configurações de maneira satisfatória. Para ter acesso ao relatório rico e detalhado (em inglês) sobre esses tópicos, além de links específicos para cada ameaça, visite <www.cert.org/summaries/CS-99-02.html>.


A Módulo Security Solutions <www.modulo.com.br> divulgou em seu informativo uma reportagem da InfoNews que toca num assunto que já abordamos aqui e que tem tirado noites de sono de muitos dirigentes de empresas. Nas companhias plugadas à Rede, o pessoal está gastando mais de 30% do tempo de expediente se divertindo na Internet. Esse dado foi obtido através de uma pesquisa conduzida pela firma americana Spyglass, que aponta também que, do ano passado para cá, este uso improdutivo da Rede nos locais de trabalho simplesmente dobrou. O velho hábito de ler jornal no serviço também mudou de cara, pois uma fatia de 16% do tempo útil nos escritórios está sendo gasta com acesso online a jornais e fontes de informações financeiras.

Esses informativos da Módulo, acho-os muito bons, pois são curtos, interessantes e bem abrangentes. E, o melhor, leitora: são em português. Escreva para <[email protected]> e peça que lhos enviem.


Algo muito positivo está acontecendo com o serviço de telefonia do Rio. Na semana passada, começaram a trocar o cabo telefônico do meu prédio em Copa. Nessa faina, esbarraram onde não deviam e minha linha ficou muda. Liguei para a Telemar e fui muito bem atendido pela moça. Ela registrou minha reclamação e disse que em 24 horas meu telefone estaria em ordem. Incrédulo e já tendo passado maus pedaços com a antiga Telerj, quase dei uma gargalhada quando ela me passou essa previsão de conserto, mas consegui me controlar. Teria gargalhado à toa, pois em apenas 16 horas após minha reclamação bateu aqui em casa um técnico da Telemar, garoto safo, articulado e capaz, que se declarou assustado com a confusão em que estava a caixa telefônica central lá na portaria, com cabos e painéis soltos para todo lado, mas explicou que em manobras desse tipo é comum que algumas linhas se desliguem. Colocou alguns fios na minha tomada, fez uns testes em outros andares e, em vinte minutos, meu telefone estava perfeito. O nome do técnico é Sanklér e a Telemar está de parabéns pela eficiência.


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