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VIDEOGAME PERIGOSO |
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Artigo: | 483 |
Alto desempenho da CPU do PlayStation 2 é prato cheio para terroristas |
Publicado em: | 2001-01-29 | |
Escrito em: | 2001-01-23 |
No finalzinho do ano passado, a NBC News relatou que, de acordo com fontes do Pentágono e das agências de inteligência americanas, cerca de 4000 estações PlayStation 2 da Sony (PS2) <www.buy-tec.com/playstation2.html> teriam sido compradas nos EUA e despachadas para o Iraque em menos de três meses. A turma do Saddam estaria de olho no alto poder de processamento dos brinquedinhos, mais especificamente CPU e video, para uso em conexão a sistemas bélicos. Remessas de PS2 para a China também tiram o sono do Titio. Apenas para ilustrar, um míssil Tomahawk, por exemplo, precisa "ver" por onde está voando até atingir seu alvo, processando informações gráficas em alta velocidade, coisa que o processador do PS2 faria com o pé nas costas. O cérebro dum PS2 é a estupenda CPU conhecida como Emotion Engine, um processador de 128 bits, 300 MHz, baseado no MIPS, desenvolvido em conjunto pela Sony e pela Toshiba. Ele é fabricado usando trilhas de 0.18 micra e tem mais de 13 milhões de transistores, páreo duro mesmo para os complexos processadores dos desktops PCs de hoje. O sistema de um PS2 manipula 6,2 GigaFlops em desempenho máximo de ponto flutuante e é capaz de efetuar 66 milhões de transformações perspectivas poligonais por segundo, um verdadeiro show de velocidade em video. Vide detalhada comparação entre um PS2 e um PC em <http://arstechnica.com/cpu/2q00/ps2/ps2vspc-1.html>.
Segundo especialistas ouvidos pela WND (World Net Daily), se uma equipe inimiga canibalizar entre 12 a 15 PS2, poderia montar um supercomputador rudimentar mas suficientemente poderoso para controlar uma aeronave não-tripulada carregada de armas químicas.
Representantes da Sony argumentam que é pouco provável que alguém tenha podido adquirir milhares de unidades PS2 de uma só vez, mas nada impede que pessoas aparentemente independentes tenham comprado várias unidades no Japão como turistas e despachado a muamba para um país inimigo dos EUA, providenciando para que os caixotes tenham feito várias escalas diferentes em outros países, para despistar.
O assunto já foi tratado em abril do ano passado numa conferência sobre Estratégia Militar e Desarmamento Nuclear conduzida pelo IEER (Institute for Energy and Environmental Research). O foco das discussões eram as ameaças assimétricas de segurança. Os americanos estão justificadamente de orelha em pé com os perigos do terrorismo nuclear, biológico e químico. Mesmo se conseguirem se defender de nações inimigas, pode acontecer de um terrorista desconhecido fundear uma pequena embarcação no porto de Nova York e detonar um artefato nuclear projetado usando CPUs de PlayStations. Ou, no caso em pauta, usar um pequeno sistema habilmente montado com peças de PS2 para controlar mísseis balísticos de longo alcance. Um resumo dessas discussões está em <www.ieer.org/latest/nptq&a4.html>
Na década de 80, quando a Guerra Fria ainda rolava solta, houve vários casos de minicomputadores VAX-11/780 comprados na Digital (EUA) pela Alemanha e pela Áustria, para depois serem enfiados em caminhões e contrabandeados para além da Cortina de Ferro, visando também aplicações militares. Houve relatos similares com processadores Sinclair ZX-81 repassados para os soviéticos. Atualmente, cada joguinho PlayStation desses tem muito mais poder de processamento do que as máquinas de outrora e são muito menores, portanto, mais fáceis de fazer desaparecer.
Alguns crêem que tudo isso não passa de fantasia de gente paranóica, mas é bom lembrar que em dezembro de 1998 a Coréia do Sul afundou um submarino norte-coreano cheio de dispositivos de comunicação e radar montados a partir de aparelhos eletrônicos vendidos no Japão para uso civil e, em janeiro de 1999, dois japoneses foram detidos sob suspeita de estarem despachando produtos eletrônicos para serem usados em armas antitanques no Irã.
Diversos outros produtos de alta-tecnologia hoje disponíveis no mercado americano podem também estar sendo utilizados por potências inimigas para servir a propósitos bélicos. Caso típico é o sistema de visão noturna do Cadillac Deville 2001 <www.cadillac.com/deville/safety_r.htm>, que pode ser empregado em tanques de guerra. E, para os peixes pequenos, há interesse nos sistemas de airbags dos automóveis, cujas cargas explosivas compactas podem ser bastante úteis para terroristas.
Não é à toa que os EUA temem que seus inimigos tenham à disposição um poder de processamento cada vez maior a preços baixos. Consultores do Gartner Group estimam que em três anos os chineses estarão comprando 400 mil PCs multiprocessadores por ano, isso sem contar os PlayStations. A Sony, por sua vez, mal lançou o PS2 e já anda alardeando que o PlayStation 3 será 1000 vezes mais poderoso que seu antecessor. O Saddam deve estar babando...
Lá de Brasília, o atento leitor Paulo Moraes Santa Rosa <[email protected]> apontou uma pisada minha. Minhas escusas à leitora e à Adobe pois, ao contrário do que escrevi aqui, o conteúdo da versão e-book Glassbook da obra Alice no País das Maravilhas pode ser copiado para o clipboard e pode ser impresso. Além disso, o usuário pode dar ou emprestar o e-book para quem quiser e, SIM!, pode ler o livro em voz alta.
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