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Pra quê complicar? |
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Artigo: | 487 |
Bombeiros de Detroit dão lição de simplicidade |
Publicado em: | 2001-02-26 | |
Escrito em: | 2001-02-19 |
Como se sabe, o sistema de atendimento de emergências dos EUA, o famoso 911, é um dos mais bem preparados do mundo. O que lá se deu recentemente serve como prova de que nem sempre se precisa gastar fábulas para ter um esquema desses operando de maneira satisfatória. Na cidade de Detroit, houve uma investigação no final do ano passado visando identificar em quais setores poderia haver aplicações tecnológicas mais avançadas no trabalho de atendimento à população. Uma das necessidades supostamente mais urgentes daquela cidade seria a implantação imediata de um sofisticado sistema de alarmes e sirenes que seriam acionados no momento em que uma ligação 911 chegasse às unidades do corpo de bombeiros. No entanto, nenhum dos gênios tecnológicos locais conseguiu convencer o Sr. Charles Wilson, chefe dos bombeiros da cidade, de que o novo sistema seria melhor do que a solução atual, que vem funcionando com excelentes resultados.
Explico: cada unidade dos bombeiros é equipada com uma impressora matricial daquelas pré-históricas e bem sebentas pelo uso. Um peso de chumbo fica equilibrado em cima do alimentador de papel do aparelho, amarrado com um barbante a um interruptor convencional de parede que, quando ligado, aciona uma poderosa sirene. Quando a telefonista do 911 envia uma mensagem para o computador do destacamento de bombeiros, é acionada automaticamente a função "print", ativando a impressão de um aviso de emergência. Com isso, o alimentador de papel se levanta, derruba o peso, que aciona o interruptor e liga a ruidosa sirene. O Sr. Wilson declarou que não há planos de substituir este tradicional procedimento, que nunca deu problemas em 15 anos de uso ininterrupto.
O que a leitora fará com o Informática Etc. após tê-lo lido? Vai colecioná-lo ou vai com ele embrulhar banana verde para madurar a fruta? Nesses tempos de doença da vaca louca, moléstia transmitida por ração animal ministrada ao gado, uma opção seria dar de comer jornal velho para bois e vacas. Pode parecer estranho, mas é o que consta no melhor site brasileiro sobre resíduos sólidos, vulgo, lixo. O endereço é <
www.resol.com.br/> e na seção Curiosidades ficamos sabendo de um cientista americano de Illinois que transforma jornal reciclado em alimento para gado, atendendo a mais de 30% das necessidades de comida das alimárias. O site é fruto de quatro anos de trabalho de uma das maiores feras mundiais no assunto, José Henrique Penido Monteiro <[email protected]>, assessor-chefe da diretoria técnica-industrial da Comlurb <www.rio.rj.gov.br/comlurb>. Suas páginas sobre resíduos sólidos já se tornaram referência latino-americana no segmento de limpeza urbana.
Se seu inglês dá para o gasto e você se interessa por Física, conheça o Laboratório de Física Virtual da Universidade Normal Nacional de Taiwan, em Taipei. O Prof. Fu-Kwun Hwang, que faz questão de se identificar como físico e não programador, preparou uma vasta coleção de applets Java, disponíveis em <
www.phy.ntnu.edu.tw/~hwang/index.html>, abordando fenômenos de mecânica, dinâmica, ondas, termodinâmica, eletromagnetismo e ótica, entre outros. Em cada applet você pode regular todos os parâmetros do experimento e se divertir à vontade. Hwang preparou os applets de forma a poderem ser facilmente traduzidos para qualquer idioma. Não repare no inglês do professor, que às vezes dá uns tropeços. Mas aproveite a clareza e a objetividade dos applets.
Há cerca de dois meses, Ryan Johnson, um garoto de 14 anos da cidade de Boynton Beach, Flórida, EUA, estava navegando na web e encontrou num site uma tentadora oferta de acesso internet gratuito. Imediatamente se cadastrou e botou pra quebrar. Chamou seus amigos e descascou o browser à vontade, pendurado diariamente horas e horas naquelas infinitas busca de não-sei-o-quê a que os garotos dessa idade se dedicam. O que nosso amiguinho não sabia era que o acesso grátis era num número localizado na Grã-Bretanha. Assim, cada vez que Ryan se logava no sistema, seu modem estava fazendo uma ligação internacional EUA-GB.
A concessionária de chamadas de longa distância, MCI WorldCom, só notou o gasto excessivo da família Johnson quando a conta deles já havia atingido os US$ 25 mil. Avisados da exorbitância pela empresa, Dale e Jeanne Johnson, pais do menino, quase tiveram um chilique. A companhia chegou a oferecer a redução do débito para US$ 15 mil, mas mesmo isso ainda seria demais para o casal em dificuldades financeiras, ele vendedor e ela desempregada e se submetendo a quimioterapia por causa de um câncer.
Fique então, leitora, com uma boa notícia para começar sua semana: a MCI WorldCom, numa atitude magnânima, concordou em não cobrar um centavo sequer da família Johnson. Entenderam que foi um acidente pouco comum e deram ao cliente o benefício da dúvida, considerando que ninguém havia agido de má fé. Ao saber da decisão, a mãe de Ryan mal pôde acreditar. Em tempo: se você não sabia, descubra onde é que a MCI WorldCom botou o pezinho aqui no Brasil, visitando <
www.worldcom.com/international/brazil>.
As edições anteriores desta coluna voltam a estar disponíveis em <
www.oglobo.com.br/info/cat>, graças à força que estão me dando os colegas Sérgio Maggi e Andréa Machado, do Globo On Line.
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