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Ciber-criminoso quase genial |
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Artigo: | 491 |
Trapaceiro clonou identidade de magnatas e fez a festa |
Publicado em: | 2001-03-26 | |
Escrito em: | 2001-03-21 |
Foi descoberto em fevereiro passado um dos mais hábeis ciber-criminosos dos EUA. Abraham Abdallah, 32 anos, genial gorduchinho ajudante de restaurante, usava o computador de uma biblioteca pública do Brooklyn, Nova York, para manter uma surpreendente malha de identidades falsas. Suas vítimas eram mais de 200 pessoas que fazem parte da lista dos mais ricos da América publicada na revista Forbes. A reportagem completa, de autoria de Murray Weiss, do New York Post, descreve em detalhes as mirabolantes artimanhas que este brilhante vigarista utilizou para lograr seus intentos malignos e embolsar milhões de dólares roubados de figurões como Barry Diller, Carl Icahn, David Geffen, George Lucas, George Soros, James Cayne, Larry Ellison, Martha Stewart, Michael Bloomberg, Michael Eisner, Oprah Winfrey, Paul Allen, Ronald Perelman, Ross Perot, Steven Spielberg, Sumner Redstone, Ted Turner e Warren Buffett. O número 1 da lista, Tio Bill Gates, só foi deixado de fora porque é conhecido demais, segundo declarou o próprio Abraham.
Durante cerca de seis meses, ele ludibriou empresas de crédito de modo a delas obter relatórios financeiros de suas vítimas milionárias. Em seguida, usou estes dados confidenciais para clonar suas identidades e ter acesso a seus cartões de crédito e contas privadas em corretoras e bancos de investimento. De cada uma de suas vítimas, Abraham obteve também endereços residenciais, números de telefones e celulares, números de Social Security (identidade nos EUA), extratos e dados bancários, nomes de solteira da mãe, datas de aniversário, etc. De posse desses dados, passou a enviar e receber emails, remessas postais, telefonemas e faxes em nome de seus alvos, utilizando um brilhante esquema envolvendo caixas postais convencionais, voice mail virtual e celulares WAP. Jamais ia pessoalmente pegar seus pacotes nas agências de correio, mas sim, contratava para esta finalidade emissários que, por sua vez, entregavam as encomendas para outros couriers cobrindo rotas complicadas, de modo a enganar os tiras. Mantinha também um considerável estoque de papéis timbrados corporativos forjados, carimbos de borracha falsificados e diversos cadernos de notas, mais tarde confiscados pela polícia, contendo valiosas informações pessoais de suas identidades falsas.
O facínora, que iniciou sua carreira criminosa aos 18 anos, foi considerado pelos oficiais do NYPD's Computer Investigation and Technology Unit e do esquadrão de detetives de Manhattan South como um dos mais inteligentes trapaceiros já capturados. A investigação deu uma trabalheira dos diabos à turma da lei. No final das contas, eles armaram uma cilada super bem transada e finalmente deram o flagra no Abraham num beco ao sul de Manhattan, quando o elemento sacou que estava prestes a ser pego e tentou escapar em disparada, dirigindo feito louco seu Volvo 2000. O patife foi agarrado pelo pescoço por um detetive que pulou em cima do carro e se enfiou pelo teto solar, numa ação policial cinematográfica. Em suma, o Abraham era quase-genial. Se fosse realmente fera, jamais teria sido pego, como deve ser o caso de muitos outros velhacos muito mais bem preparados ainda em plena atividade nas malhas da rede. Profusão de detalhes em <www.foxnews.com/national/032001/super_swindler.sml>
Uma das mais odiosas práticas agressivas na internet é o bombardeio de emails, conhecido como email-bomb. Há na rede inúmeros programinhas feitos especialmente com essa finalidade, qual seja, infernizar a vida de um desafeto entupindo sua mailbox com centenas ou milhares de mensagens repetidas. Antes do advento do email, na época da febre do fax, havia também o fax-bomb, em que um só fax enviado acionava um comando interno da máquina que acabava gerando um sem-número de páginas totalmente pretas, acabando rapidinho com o toner da vítima. E agora, há poucas semanas, o colega Robert Casey <[email protected]> reportou no Telecom Digest um singular caso de bombardeio. A palavra inglesa para lesma ou caracol é "snail", assim, no jargão da rede, snail-mail é o apelido do correio postal convencional. No caso relatado pelo Bob, uma empresinha americana comprou um desses cd-roms fajutos de mala-direta com milhões de nomes e endereços postais e tascou junk-mail convencional para todos os destinatários. Eram envelopões gordos com um monte de papelada com ofertas comerciais. Acontece que, na lista da mala-direta, uma certa pessoa constava repetidamente mais de 400 vezes no cadastro. Ou seja, o pobre coitado recebeu centenas de envelopes repetidos pelo correio. Foi, portanto, um dos primeiros casos documentados de snail-mail-bomb.
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