O GLOBO - Informática Etc.
Carlos Alberto Teixeira - C@T

Canibalismo online?

Artigo: 520

Site americano diz comercializar carne humana via web

Publicado em:  2001-10-15
Escrito em:  2001-10-10

 

Não se pode dizer que seja um primor de site, mas certamente os caras fizeram um trabalho razoável ao construir o <www.manbeef.com>. É um site bem informativo de e-commerce em que se vende carne de primeira qualidade. Só que é carne humana. Sugiro que você, se puder, interrompa agora esta leitura e vá lá visitar as páginas para ver com seus próprios olhos... Já visitou? Pois ótimo. É mais do que óbvio que se trata de uma brincadeira, muito bem preparada e com grande cuidado e criatividade, mesmo que seja humor de gosto duvidoso. Já andou repercutindo na imprensa americana o tal site, usualmente com adjetivos do tipo "preocupante", "farsa", "piada" e "hoax". Chegaram até a aventar a possibilidade de ser um site promocional do filme O Silêncio dos Inocentes. Mas todo mundo sacou que era de mentirinha. Todo mundo? Que nada. O jornal The Egyptian Gazette <http://64.124.221.202/algomhuria2/gazette>, acostumado a baixar o sarrafo nos americanos, caiu direitinho na arapuca. Seu editor-chefe, M. Ali Ibrahim, publicou um sério e ácido artigo a respeito do site que ele acreditou promover o canibalismo. Chegou a entrevistar renomados bioquímicos e psiquiatras para que expusessem seus pareceres técnicos. Leia a tal matéria em <http://groups.yahoo.com/group/infoetc/files/egito.jpg>


Quem ainda tem em casa aqueles velhos LPs de vinil que valem mais do que ouro, certamente sabe que é possível convertê-los para CD. Já deve até ter visto anúncios de empresas ou pessoas que fazem esta conversão profissionalmente. Caso a prezada leitora não queira pagar pelo serviço, o negócio é descobrir como fazer em casa. E para aprender o caminho das pedras, recomendo que compre o livro "Como Restaurar LPs para CDs e CDs para MP3 - Guia Prático", de Luiz Augusto A. Lima, pela Editora Ciência Moderna. Você vai pagar R$ 18,00 pela, mas vai gastar grana uma vez só. O livro do Luiz prima pela praticidade e pela fluidez do texto, além de oferecer no site <http://www.lpmaster.com> uma área para perguntas dos leitores, que o próprio autor responde. Como era de se esperar, analisando-se o livro de visitantes do site, a turma que se interessa por esse tipo de conversão de mídia fica na faixa etária dos 40 pra cima.


Uma jovem internauta moradora no interior precisou pegar um trem para levar sua avó a um médico na cidade grande. Obviamente levou seu laptop, pois a viagem era longa e ela meio viciada na máquina. Tomaram o trem na hora aprazada e lá se foram as duas, a vovó e sua netinha que regulava lá pelos 19 anos de idade. Uma coisa é preciso que se diga sobre esta menina. Era lindíssima, mãos de fada, cabelos sedosos, olhos encantadores e um corpinho de engarrafar o trânsito.

Lá pela terceira parada, chegaram às pressas na estação um soldado e seu capitão, e se meteram trem adentro. O rapaz, muito bem apessoado, logo se fixou na beldade e, como quem não queria nada, foi indicando ao seu superior um assento bem próximo das duas. Eram daqueles bancos para duas pessoas, ficando um de frente para o outro. Assim, ficaram o capitão e a semideusa frente a frente, junto à janela, enquanto o soldado engomadinho sentou-se defronte à macróbia.

A moça deu uma pilotada no laptop mas logo se viu forçada a desligar pois havia dado algum chabu na bateria. Fechou o aparelho e manteve o olhar baixo, tímida que era, mas perfeitamente cônscia de que o jovem mancebo não lhe desgrudava o olhar. Em seu íntimo, também se sentia atraída pelo garboso rapaz, porém segurou a onda direitinho. Já o capitão, macaco velho, também notou a formosura da princesa, mas manteve bravamente a compostura, especialmente ao notar que a vovó estava atenta aos mínimos movimentos de ambos os militares.

E assim foi transcorrendo a viagem, sem conversa, mas com aquele climinha pairando no ar. Foi então que chegou a hora do túnel. Era longo, muito longo aquele túnel. E que breu. No interior do trem não se via absolutamente nada, escuridão impenetrável. Os únicos sons que se ouviu naquele pretume foram o ruído de um beijo seguido do estalo dum tapa bem dado, provavelmente aplicado na cara de alguém.

Saiu o trem do túnel e os quatro permaneceram imóveis e silentes, todos com a vista baixa. A vovó pensava com seus botões: "Foi muita sem-vergonhice desse rapazote desajustado beijar a minha netinha no escuro. Estou contente por ela ter lhe dado um belo dum tapa." Por sua vez, o capitão pôs-se a pensar: "Eu não imaginava que este soldado seria corajoso o suficiente para beijar essa linda garota, mas eu certamente teria preferido que ela não errasse o alvo e desse o tapa na minha cara por engano." A jovem, meio transtornada mas sentindo aquele frio na barriga que as mulheres dizem sentir, pensou: "Ainda bem que esse soldado bonitão me roubou um beijo, mas eu gostaria que minha avó não tivesse dado um tapa naquela carinha tão linda." Enquanto isso, sem desviar o olhar baixo, o soldado ensaiou um sorriso quase imperceptível e sentiu sua alma em júbilo, ao pensar: "Puxa, como a vida é boa pra mim. Quantos como eu já tiveram a chance de beijar escondido uma gata como essa e ainda dar um tapa na cara do seu capitão, tudo ao mesmo tempo?"

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