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O mistério das moscas volantes |
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Artigo: | 550 |
Rudimentos de embriologia celular para internautas |
Publicado em: | 2002-09-16 | |
Escrito em: | 2002-09-12 |
Uma leitora idosa e muito simpática, que recentemente deu seus primeiros passos na microinformática e prefere se manter anônima, enviou-me email reclamando que, depois que se habitou a passar longas horas defronte à máquina, começou a enxergar fiapinhos e pontos semoventes em seu campo visual. Disse também que essas estranhas e minúsculas estruturas pareciam acompanhar os movimentos de seu globo ocular, quando ela mudava bruscamente a direção de seu olhar, para um lado ou para o outro. Segundo ela, os fiapos aparecem melhor contra um fundo claro, como por exemplo, olhando para uma tela que tenha bastante branco.
Argumentei que a simpática senhora deveria ter recorrido a um oculista, não a mim. Mas como ela parecia realmente preocupada e, confesso, eu mesmo há muito tempo enxergo de vez em quando estes fiapos voadores, fui direto atrás da resposta. Depois de algumas "googladas", fiquei sabendo que essas manchinhas na verdade não estão sobre o olho, mas dentro dele. Uma das causas desses fiapos é uma artéria conhecida pelo belo nome de hialóide. Este vaso sangüíneo, à época de nosso nascimento, era o que conduzia sangue para nossa vista. Quando paramos de crescer, nossa hialóide foi murchando e acabou se quebrando em pedacinhos, que permaneceram selados dentro de nossos olhos. São eles que provocam sombra em nossa retina quando olhamos para a claridade, dando-nos a impressão de ver as misteriosas manchas fiapentas, com as quais é possível até brincar, dando pulinhos com o olho. (Evite experimentar este folguedo perto de gente conhecida, pois irão pensar que você ficou maluca, leitora). Estes corpúsculos se chamam "moscas volantes" ou "corpos flutuantes". Maiores informações na página de embriologia ocular e numa página portuguesa bem completa sobre o tema.
Em tempo, chegamos à conclusão de que a tal leitora era comprovadamente meio desligada, pois nunca havia percebido antes suas moscas volantes, que provavelmente já estavam passeando por seu humor aquoso muitos anos antes de ela começar a pilotar seu micro.
Terminada a overdose da cobertura sobre o aniversário dos atentados que deixaram feridas tão profundas nos Estados Unidos, e certamente ainda temendo ameaças terroristas alienígenas, diversos sites militares americanos, aqueles que terminam com o sufixo ".mil", continuam filtrando seus visitantes, impedindo acesso a usuários estrangeiros. A filtragem se dá através do endereço IP (Internet Protocol) do internauta. Explicando rapidamente o método, cada endereço na web tem sua contrapartida numérica. O portal globo.com, por exemplo, tem seu site <
http://www.globo.com/> equivalente ao endereço IP <http://200.208.28.45/>. Através dos números do IP, é possível saber a região geográfica do usuário, tornando-se fácil estabelecer um filtro impedindo acesso de indivíduos desta ou daqueloutra localidade.Contudo, este brilhante expediente funciona bem, mas só com internautas novatos. Quanto aos terroristas tão temidos, é difícil acreditar que não possuam em suas fileiras técnicos um pouco mais calejados, conhecedores de proxies. Um proxy é um servidor que, entre outras finalidades, pode servir como trampolim para um acesso. Logo, se o proxy estiver fisicamente localizado numa região autorizada a acessar os sites ".mil", então babau para o filtro militar americano.
Consideremos então, por exemplo, o site de Fort Detrick, um centro militar de pesquisas do Exército americano (vide menções a ele
aqui e aqui). Seu endereço é <www.armymedicine.army.mil/detrick>. Muito provavelmente, qualquer usuário surfando a partir do Brasil não terá acesso a ele.[2003-04-13 Infelizmente, o proxy MagusNet deixou de funcionar. Vide alternativa abaixo.] No entanto, lançando mão do proxy público e gratuito oferecido pelo MagusNet, uma dica do amigo Sidney Simões, é possível acessar o tal site metido a difícil. Basta digitar antes do endereço desejado o prefixo "https://proxy.magusnet.com/-_-". (Atenção para o "https" no início e para o "-_-" ao final). Desta forma, a tripa de letras para acessar o famigerado centro de pesquisas de antraz, dengue e outras pestes, fica sendo: <https://proxy.magusnet.com/-_-http://www.armymedicine.army.mil/detrick>. A forma mais prática de se ter este prefixo sempre à mão para quando se quiser usá-lo é incluir o endereço do proxy em sua lista de "links" ou de "favoritos". Usando o botão da direita do mouse, clique nele, chame as Properties (propriedades) e dê um copy/paste (copiar/colar) no URL, inserindo-o antes do endereço do site militar bloqueado.
Dependendo da configuração da leitora, quando for acionado o endereço do site usando o proxy, pode abrir uma janelinha com uma mensagem de advertência indicando problemas com o certificado de segurança do site. Pode clicar em "Yes" sem medo e vá em frente.
[2003-04-13 Proxy alternativo em pleno funcionamento: www.safeproxy.org ]
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