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Antispam ativo |
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Artigo: | 574 |
Tenha paciência e confirme que você existe, quando pedirem |
Publicado em: | 2003-08-18 | |
Escrito em: | 2003-08-14 |
O pessoal anda meio mal-humorado com as ferramentas ativas antispam que estão se tornando cada vez mais populares, especialmente depois que o UOL começou a oferecer uma delas aos seus assinantes, com grande e merecido sucesso. Utilitários antispam existem aos montes. Uns usam filtros para identificar quais mensagens são boas e quais são indesejáveis, outros se baseiam na consulta a listas negras em sites que armazenam longas relações de spammers conhecidos. Mas a filosofia que desponta como uma mais robustas é a barreira ativa, que dá um pouco de trabalho, mas tem resultados impressionantes. A idéia por trás dela é que, em geral, os spammers têm endereço inválido de retorno, ou seja, se você responder (der "reply") a um spam, sua resposta irá bater num endereço de email inexistente. Assim, se você pelo menos puder confirmar que seu remetente tem um endereço válido, aumentam as chances de que aquela mensagem não seja um spam.
Para usar uma ferramenta ativa antispam, primeiramente o usuário separa uma lista de emails contendo os endereços de seus amigos e de remetentes autorizados, e chama-a de lista branca. Alguns programas ajudam o usuário nesse primeiro passo. Em seguida, prepara-se uma lista dos malas-sem-alça, pelo menos dos conhecidos, e chama-se-a de lista de ignoráveis. As duas listas são entregues à ferramenta ativa. Daí pra frente, qualquer nova mensagem que chegar de alguém que esteja na lista branca será enviada normalmente para a caixa de entrada. Os ignoráveis, bem, é óbvio o que acontecerá com eles. Fora isso, qualquer novo remetente que não esteja em nenhuma das duas listas receberá de volta, uma única vez, uma mensagem solicitando confirmação, com o objetivo de provar que o endereço de retorno dele é válido. Este remetente precisará apenas dar um simples "reply" à confirmação e, com isso, será incluído automaticamente na lista branca. É mais ou menos como um diálogo simples entre você e alguém que queira lhe mandar uma carta, mas que você só receberá se ela tiver procedência verdadeira: "- Tenho uma carta aqui pra você."; "- Tá legal, mas você existe mesmo?"; "- Existo sim!"; "- Ah bom, já que é assim, então manda pra cá que eu recebo." É simples assim.
Um dos mais tradicionais softwares ativos antispam é o ASK (Active Spam Killer), escrito pelo amigo e veterano Marco Paganini, um e-dinossauro dos tempos do BBS. É um software grátis e que roda em UNIX. Já uso o ASK há vários meses e ele resolveu 100% do meu antigo problema com spam. Só não o recomendo pra qualquer um porque a manutenção é feita no braço e não existe ainda uma interface amigável com cara de Windows para administrar as listas de brancos, ignoráveis e execráveis (aqueles spammers a quem são enviadas mensagens iradas adrede preparadas como resposta automática).
Tem uma outra ferramenta parecida que nunca usei mas que é muito bem falada aí nas bocadas. É o (Steven) -- entre parênteses mesmo -- um software gratuito australiano que está arrebentando. Já está na versão 2.0, ganhou quatro vacas no Tucows e encara Exchange, Outlook Express, Outlook comum e qualquer outro gerenciador no padrão POP3. Roda em Windows 98SE, ME, 2000 e XP. A interface é uma belezoca e seu uso não exige grandes conhecimentos de máquina. Se quiser dar uma testada, mande bala, não dói.
Quanto ao mau-humor que mencionei lá no começo, é que a turma está se sentindo ofendida em ter que dar um mero reply para confirmar sua própria existência. Muito reclamam dizendo: "Ora, vá se danar, se não quer receber mensagem minha então não receba. Não vou confirmar coisíssima nenhuma." Mas o que é que é isso, gente fina? Que zanga boba é essa? Spam virou uma praga e esse é um jeito esperto de nos livrarmos dela. Não custa nada dar reply a uma ferramenta antispam decente. No meu caso aqui com o ASK, tive muita sorte, pois as pessoas que realmente me são caras responderam de imediato ao pedido de confirmação enviado pelo software, em vários idiomas. Quem não deu o reply, sinto muito, não posso fazer nada. ¡Adiós!
A leitora certamente sabe que toda terça-feira pinta na web o excelente e imperdível Observatório da Imprensa. Mas chamo sua atenção para a edição de 2003-08-05, mais especificamente para a seção e-notícias, onde publicaram, de uma vez só, cinco artigos de tirar o chapéu: (1) "Software Livre - Liberdade e a tentação monopolista", de Pedro Antônio Dourado de Rezende; (2) "Tripé Satânico - username: Kubanacan e laranjas via internet", de Rogério Gonçalves; (3) "Norma 004/95 Revogada - Já foi tarde e não deixou saudade", também de Rogério Gonçalves; (4) "E-Censura - O risco de intervenção estatal" e (5) "Moblogs - Blog-jornalismo via celular". Sobre os dois escritos do Rogério, vale comentar que são verdadeiras aulas, muito bem escritas. O autor é webmaster do site "username: Brasil", um valioso espaço em prol da moralização das telecomunicações no Brasil, e que deveria ser mais lido por quem de fato manda no setor.
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