O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: Symantec - Escrito em: 1999-06-09 - Publicado em: 1999-06-28


Digital Immune System é mais ágil que os próprios virus


Symantec lança nova e revolucionária tecnologia automatizada de
análise de virus e disseminação de vacinas

Até cinco anos atrás, a forma mais comum de contágio por virus de computador era através de disquetes. Hoje em dia, quando começa a se tornar raro ver um micro com drive de disquete comum, as infecções se alastram é através da Internet mesmo. As empresas fabricantes de software anti-virus estão atentas para a necessidade de uma agilidade cada vez maior na resposta às contaminações viróticas via Rede. A tradicional empresa Symantec, líder no mercado de utilitários, deu um passo pioneiro que, certamente, será devidamente copiado pela concorrência muito em breve: o Digital Immune System (DIS). Para ilustrar o funcionamento deste sistema, analisemos a recente infecção mundial pelo virus Melissa. Desde o momento que a Symantec <www.symantec.com.br> recebeu a primeira amostra do virus, em menos de uma hora já havia produzido o código de detecção e limpeza. Mais quatro horas foram necessárias para os testes de regressão, destinados a checar a confiabilidade e qualidade da cura. Portanto, cinco horas depois do alarme, já estava disponível no site da empresa o módulo anti-virus para imunizar qualquer sistema contra o Melissa. Todo esse processo, no entanto, foi conduzido manualmente.

Durante o assustador episódio do Melissa, a Symantec aproveitou o ensejo para testar em regime pré-Beta o DIS, com excelentes resultados. Em contraposição às cinco horas necessárias para entregar a cura pelo sistema manual, o DIS conseguiu colocá-la em apenas 40 minutos. No entanto, mesmo esta marca assombrosa ainda parece pouco; pelo menos é o que acha Elizabeth Magliana, diretora de clientes corporativos da Unidade de Negócios de Segurança da Symantec. Segunda ela, a meta é que este tempo caia para apenas cinco minutos. Numa época como a atual, em que são divulgados novos módulos anti-virus a cada semana, quando não diariamente, um tempo de retorno baixo assim é um verdadeiro alívio para toda a comunidade informata.

O Digital Immune System é fruto de parcerias entre a IBM e a Intel e será a base para uma nova geração de ferramentas inteligentes, direcionadas ao mercado corporativo e permitindo maior agilidade na proteção, controle e gerenciamento de sistemas. Às aplicações e tecnologias anti-virus da Symantec, foram incorporadas a análise automatizada de virus da IBM e a tecnologia de gerenciamento da Intel. Importante ressaltar é que todo este trabalho cooperativo não é apenas acordo de fachada, pois se dá ao nível do próprio código fonte. Já existem mais de 12 patentes compartilhadas entre Symantec e IBM.

Ao longo de 18 meses, a Symantec irá lançando produtos baseados no DIS, mas tudo isso ocorrerá em fases bem definidas. O leque de novos sistemas construidos de acordo com a nova filosofia abrange não só ferramentas anti-virus, mas também utilitários para estabilização e gerenciamento, sistemas de melhoria de performance em servidores, operações remotas, recuperações frente a emergências e configuração de desktops, tudo isso respeitando as políticas internas de segurança de cada empresa cliente, a partir de um único console. O primeiro produto baseado no Digital Immune System será o Norton AntiVirus Corporate Edition. Esta impressionante ferramenta será acoplada a um sistema de back-end funcionando com Inteligência Artificial e localizado no Symantec Anti-Virus Research Center (SARC), empregando tecnologia IBM. Pretendem assim criar um sistema único que possa disseminar a vacina contra um virus mais rapidamente do que este próprio virus possa se espalhar.

Numa fase seguinte, o DIS incluirá outros aplicativos Symantec, como o pcANYWHERE, Norton Ghost e Norton Speed Disk. Atenta também ao fenômeno Unix, a Symantec até o final do ano estará lançando detectores de virus para Sun Solaris, AIX e Linux.

Alguns analistas se preocupam com a possibilidade de esta nova tecnologia automatizada poder ser usada malignamente por hackers mais letrados. Eles poderiam, a princípio, usar o próprio engenhoso mecanismo de difusão rápida das vacinas para disseminar novos virus ou alguma outra mazela para os sistemas cadastrados. Mas segundo Elizabeth Magliana, estes preocupados podem sossegar, pois as equipes de desenvolvimento da Symantec estão bem atentas a esta aterradora possibilidade.


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