O GLOBO - Informática Etc. - Carlos Alberto Teixeira
Artigo: 394 - Escrito em: 1999-03-10 - Publicado em: 1999-03-15


A Hyper-Blob é possível


Um brasileiro, prá variar, realizou a proeza

 Já se falou aqui no Caderninho sobre os Space Cubes, mas se a leitora não está a par do que sejam estes cubos mágicos, sugiro uma rápida visita ao endereço <http://catalisando.com/infoetc/blob.htm>. Space Cubes são peças plásticas que, montadas, formam cubos tridimensionais. O último desafio dos aficcionados desse instigante quebra-cabeças era a Hyper-Blob, uma estrutura extremamente complexa, mas que ainda não havia sido montada por ninguém, existindo apenas um modelo geométrico descrito em VRML <www.vrml.org> no site do fabricante. Mas nós brasileiros continuamos assombrando o mundo: o genial Anselmo Blanco Dominguez <[email protected]> montou a primeira Hyper-Blob do planeta e já avisou ao inventor do puzzle. Até o instante em que estava a escrever essas linhas, ainda não tinha sido atualizado o site oficial, mas agora é apenas questão de tempo. Segundo Anselmo, sua aventura não teve nada de extraordinário. Ele simplesmente comprou dez caixas de Space Cubes via Internet e saiu montando. Quando soube do desafio máximo, fez uma primeira tentativa, esperou um mês e depois fez um ataque concentrado, conseguindo a proeza pouco antes das duas da manhã do dia primeiro de março de 1999. Anselmo declarou que não marca tempo nem é do tipo que persegue récordes, portanto, outros mestres deverão baixar os tempos da façanha. A página do feito é esta.


Atenção para essa vergonhosa mutreta que está assustando os motoristas desde o Carnaval, senão antes. Foi a analista de sistemas Marly Perez Alonso <[email protected]> quem primeiro me enviou o aviso, seguido de dezenas de outras mensagens de usuários assustados e desorientados. Trata-se do golpe das placas roubadas. O safado encontra um carro de cor e modelo parecidos com o dele, vai lá e rouba a placa dianteira do veículo. Instala a placa na traseira de seu próprio automóvel e sai feito doido, tomando multa à vontade nas lombadas eletrônicas e pardais fotográficos. Já existe até um mercado negro de placas dianteiras. Quem paga o pato é o dono original da placa roubada, e não há como recorrer nesse caso. E mais, os larápios deixam os parafusos de fixação no carro da vítima, dando a impressão de que a placa simplesmente caiu. Alguns facínoras com bons contatos no submundo, nem se dão ao trabalho de roubar a placa. Anotam os dados da placa que lhe é adequada, mandam fazer uma nova e a instalam na popa do carro. A quantidade de mensagens que recebo diariamente de gente que foi vítima desse golpe tem aumentado assustadoramente.


Segundo o Internet Index #23 compilado por Win Treese <[email protected]>, o custo para um banco nos EUA processar uma transação em que o cliente vá pessoalmente à agência é de US$ 1,07. A mesma transação feita via Internet custa apenas US$ 0,01. Pode-se esperar um incremento fabuloso nas operações bancárias seguras via Rede. E isso não é para o futuro não, é para agora. Se a leitora é cliente de um grande banco e ainda não opera via Internet, procure informar-se pois o pessoal está caprichando lindamente nas interfaces com o usuário e os serviços prestados têm sido ótimos. Em tempo, para tornar-se assinante do Internet Index, basta enviar mensagem para <i[email protected]> e no corpo da mesma escrever o comando "subscribe" sem as aspas.


Sobre o que foi dito aqui na semana passado quanto ao Código de Defesa do Consumidor, ainda com referência aos casos dos provedores UOL e SOL, o advogado Luiz Guilherme <[email protected]>, estudioso do CDC e interessado pelas questões enfrentadas pelos usuários de informática, veio esclarecer um importante detalhe. Com relação às ações propostas pelo próprio consumidor, vale ressaltar que somente as questões até 20 salários mínimos é que podem ser ajuizadas sem o auxílio de advogado. Isso pela Lei num. 9.099/95, artigo 9º: "Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória."


Um dos maiores mistérios que atormentam a vida dos afeitos à tecnologia telefônica é o motivo pelo qual o fio de telefone sempre se enrola. Não adianta a leitora culpar o fio nem a empregada. A culpa é sua mesmo. A coisa acontece assim: O telefone toca e você, se for dextra, pega o aparelho com a mão direita, roda-o 90 graus e coloca o alto-falante na orelha do mesmo lado. Conversa vai, conversa vem, e eu sei que a leitora é tagarela, e logo se cansa de lado. Troca de mão e de orelha, e nisso, lá se vai mais uma rotação de 180 graus. Na hora de desligar, se ainda estiver com a canhota em ação, coloca o aparelho no gancho, aplicando mais 90 graus de rotação. Pronto, nessa brincadeira você rodou o aparelho 360 graus e já criou uma enrolada a mais no seu fio de telefone. Multiplique isso por dezenas de ligações por dia para suas amigas, e terá um fio totalmente bagunçado. Curiosidades como esta podem chegar gratuita e diariamente em sua caixa postal através do serviço Mailbits. Para se cadastrar, acesse <www.MailBits.com/Trivia> ou então envie e-mail para <[email protected]>.


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