HostNet -- nesse provedor eu confio.

O GLOBO - Informática Etc.
Carlos Alberto Teixeira

Globo Online, onde você fica sabendo das coisas.

Artigo: 622 / Publicação: 2005-06-20

HDTV e o consumo energético

Ilustração do meu amigo Cruz, o mestre dos mestres.

Clique na ilustração
para ampliá-la

Quanta energia existe no Universo? A energia é infinita? Bem, aí estão duas perguntinhas bem difíceis. Não me proponho a respondê-las. Mas pelo menos no que diz respeito ao planeta Terra, adivinhe qual país que tem o maior consumo de energia por cidadão? Acho que você acertou: Estados Unidos. É um desperdício fenomenal. Considere os carrões gigantescos, conhecidos como SUV (sport utility vehicles = veículos utilitários esportivos), queimando um excesso de gasolina às vezes para levar e trazer uma só pessoa de casa para o trabalho. E os hoteizinhos de beira de estrada? Em cada andar vê-se uma máquina de fabricar gelo funcionando sem parar, até no inverno. Outros muitos exemplos não faltam.

No entanto, lá mesmo nos EUA (vide artigo no Christian Science Monitor), o Conselho de Defesa de Recursos Naturais (NRDC) vem lutando contra este esbanjamento. No que diz respeito ao gasto de energia causado pela adoção de novas invenções de alta-tecnologia, em 2002 este Conselho divulgou um documento específico sobre formas de economizar energia em fontes de alimentação, onde já se mencionava uma das maiores preocupações atuais da entidade: os aparelhos de televisão de alta-definição, conhecidos como HDTV (high-definition TV). Enquanto um televisor analógico antigo de 34 polegadas consumia anualmente* 209 kWh (kilowatts-hora), um moderno aparelho HDTV de 32 polegadas consome cerca de 387 kWh no mesmo período, pulando para 679 kWh, caso se trate de um com telão de 50 polegadas.

De olho na gradual conversão dos receptores de TV naquele país para o padrão HDTV, a estimativa do NRDC é de que em 2009 o consumo energético relacionado apenas ao uso de televisores atingirá a marca dos 70 bilhões de kWh por ano nos EUA, cerca de 50% mais alto do que o consumo atual. Pendure ainda um DVD, um videocassete, um set-top box para HDTV, um videogame e alguns outros gadgets ligados à TV e veja este total subir mais 10%.

Atualmente, os televisores representam cerca de 4% do consumo energético anual doméstico nos EUA, o equivalente a abastecer de energia durante um ano todos os domicílios do estado de Nova York (não é a cidade de NY não, é o estado mesmo). Hoje existem naquele país cerca de 266 milhões de aparelhos de TV, com 3,5 milhões novos sendo comprados a cada ano.

São dados alarmantes, que estão fazendo com que o NRDC pressione os fabricantes a investir pesadamente e bem rapidinho em tecnologias de poupança energética nos receptores. Afinal, os preços dos aparelhos está baixando e o consumidor americano está comprando feito louco, pra variar. Considerando que, pelas pesquisas da entidade, um televisor fica com o mesmo dono entre cinco e quinze anos, está justificada a pressa pois se o cidadão compra logo uma HDTV super-gastadora, vai se manter desperdiçando energia por um tempão.

Utilizando as mais avançadas tecnologias disponíveis no momento, pode-se reduzir o consumo dos novos televisores em pelo menos 25%, o que implicaria numa redução de cerca de US$ 1 bilhão nas contas domésticas de eletricidade, além de evitar a entrada de mais de 7 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, que seria o resíduo da produção energética correspondente.

Segundo a CEA (Consumer Electronics Association), as vendas de televisores digitais cresceram de zero em 1996 até cerca de 12% do total de vendas de TVs hoje. A estimativa é que este percentual aumente para 53% até 2008. A própria EPA, Agência de Proteção Ambiental americana, está bolando algum tipo de especificação que conceda aos aparelhos de HDTV mais econômicos um selo de reconhecimento, em que o consumidor ficará de olho, caso seja um humanóide ecologicamente consciente.

Aqui no Brasil os números são bem menores, mas a preocupação energética dos americanos será em alguns anos nossa também. O traço que nos une é que, tanto lá como cá, o consumidor médio está pouco se lixando para o quanto de energia consomem seus televisores e seus badulaques eletrônicos em geral.


Final feliz para a novela que começou em março deste ano, quando fui sorteado num evento da Intel em San Francisco e o caso se complicou. Publiquei o relato aqui na coluna em 2005-03-14 e logo depois a empresa entrou em contato informando que me entregaria o Dell Dimension XPS em julho. Em meados de abril propus a troca do XPS por um notebook Dell Latitude 610 bem equipado, ao que me responderam com um OK, informando que em algumas semanas eu receberia a bela maquineta em casa. Sábado retrasado, 2005-06-11, cumpriram a promessa. Recebi a caixa tão esperada às 8h30 da manhã. A empresa, portanto, fez jus à sua ótima reputação, honrando seu compromisso. Meu obrigado às equipes da Intel Brasil e da Item Comunicação, assessoria de imprensa da companhia, que fizeram a ponte com a matriz nos EUA. Fotos aqui.


(*) Esqueci o "anualmente" acima. Obrigado ao leitor Antonio Carlos Jacques.

[ Voltar para índice 2005 ]

[ O Globo | Informática Etc. | coluna mais recente | enviar email
página pessoal C@T
| assinar lista InfoEtc | assinar GoldenList do C@T ]


powered by FreeFind